sexta-feira, abril 10

Editorial: 100 dias de um Governo sem rumo.

Usando uma frase popular, Dilma está mais perdida do cego em tiroteio...
O Governo Dilma chegou aos 100 dias sem ter nada, absolutamente nada, para comemorar. A Dilma que começa seu segundo mandato é uma pálida lembrança da mulher que venceu, no sufoco e graças ao Bolsa Família, o segundo turno das eleições presidenciais no fim de outubro. Ela que venceu prometendo mundo e fundos, agora nem tem fundos para fazer o básico. Se é que alguém venha a entender a ironia...

Quem votou em Dilma está, sim, arrependido. Se não estiver é porque é filiado ao PT, está levando vantagem de um algum modo ou é cego. Abro outra opção: está desiludido. Sim, porque esta Dilma que Governa não é a que venceu Aécio Neves por apertada margem. 

Dilma já estava imersa num mar negro antes mesmo de terminar seu primeiro mandato: economia com números péssimos, deficit fiscal monstruoso, aumentos de combustíveis e de energia e, sobretudo, o escândalo da Petrobrás foram marcar indeléveis dos últimos dias de sua fraca primeira gestão. Sim, fraca porque ela não cumpriu - nem metade - de cada uma das metas estipuladas em 2010. Nem metade sequer. Isso sem falar que as obras da Transposição e da Transnordestina, que ela comprometeu-se a entregar durante seu mandato estão bem distante de ficarem prontas.

Quando ela tomou posso lançou seu "jargão" do segundo mandato: Brasil, Pátria Educadora. Bom, com o corte no orçamento de mais de 8 bilhões ficou bem claro que isso era mais um factoide do que uma meta realista. Mas não foi só isso, teve mais:
  • Ajuste Fiscal pesado, com aumento de impostos e corte de investimentos, penalizando, claro, os mais pobres;
  • Aumento da Energia Elétrica e dos Combustíveis, penalizando, claro, os mais pobres;
  • Mudança nas regras de concessão de benefícios ( Pensão por morte, seguro desemprego e PIS ), penalizando, claro, os mais pobres. Além de ter feito a vaca tossir...;
Mas Dilma também perdeu-se na condução da escolha do Ministério. Primeiro terceirizou ( quanta ironia ) o comando da Economia para Joaquim Lexy, após tentar sem sucesso o Presidente do Bradesco e ouvir um sonoro não. Depois por escolher pessoas ligadas intrinsecamente ao PT e que não tinham bom trânsito no Congresso ( Pepe Vargas, Aloísio Mercadante  entre outros ), além de ter feito escolhas inexplicáveis como a de Cid Gomes e a de George Hilton. Foram tanto erros que ela está tendo que - com menos de 4 meses de mandato - tendo que fazer uma verdadeira mini-reforma ministerial. 

Dilma vem tomando baques e mais baques no Congresso sendo que, contando o máximo de votos que pode ter considerando os partidos que apoiam - tem maioria folgada no Congresso. Depois de perder e perder ela agora faz outra terceirização: a política, deixando com que o Vice-Presidente Michel Temer assuma as conversações com o Congresso. Assim não dá...

Inflação fora do controle, dólar disparado, contas externas na lona, previsão de PIB negativo, saques recordes na Caderneta de Poupança... são tantas as péssimas notícias, que praticamente não tem o que possa ser considerado positivo neste Governo. Que está na lona e sem rumo. E quando isso acontece, que paga o pato é o povo. Mas não qualquer povo, mas sim o mais necessitado, justamente aquele que o PT e Dilma dizem que "tanto transformaram as vidas". Pois é...

Domingo a previsão é de que algo em torno de 4 milhões ( o dobro de 15 de Março ) devem tomar as ruas do Brasil em mais de 400 cidades para mostrar o seu descontentamento com esse (des)Governo. Dilma, até aqui, não sabe o que fazer com os protestos e nem vai saber. O PT acha que é coisa de golpistas e da oposição, mas é o povo - livre - quem está nas ruas. E existe um ditado: se não souber às ruas, governo algum sobrevive.

Conseguirá Dilma sobreviver ao PT, ao escândalo da Petrobrás, ao PMDB e ao Povo nas ruas? Eu espero que sim. Outro Impeachment seria extremamente traumático e de Governos fracos, como o dela, costumam surgir coisas terríveis, como a Ditadura de 64 ou Fernando Collor em 1989. Se bem que, este, hoje é aliado de carteirinha de Dilma e do PT...

100 dias. Sem rumo. E sem previsão de arrumar um. Assim é Dilma. Assim está o Brasil. O que será de nós? Só o tempo dirá, mas baseado no que vejo agora, o futuro é negro...

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