quinta-feira, agosto 6

O ataque em Hiroshima ( e três dias depois em Nagasaki ) era mesmo necessário?

Dor. É o que essa imagem transmite...
O Mundo tem alguns dias pelos os quais lamentamos sempre e, mesmo assim, será pouco. Eu poderia divagar citando datas e fatos históricos que marcaram negativamente a história da humanidade, mas um destaca-se quando o assunto é tristeza e morte: 06 de Agosto de 1945. Nesta data, todos sabem, fomos apresentados ao horror atômico. Em Hiroshima, pela primeira vez na história, o homem detinha tecnologia capaz de destruir a si próprio. E isso assustou demais e assusta até hoje.

A Guerra entre Japão e EUA pode ser considerada, quase, uma Guerra a parte do conflito na Europa. As duas nações vinham se estranhando fazia tempos ( sobretudo por causa do Havaí, que os nipônicos acreditam ser sua por direito ). O Império do Sol Nascente queria expandir-se e sofria retaliações por parte de Washington. Atacaram a Base Naval de Pearl Habor em 07 de Dezembro de 1941, o que fez os EUA entrarem na Guerra. Durante mais de um ano as batalhas navais foram equilibradas, mas o maior poderio da Marinha dos EUA começou a desequilibrar a disputa. E na Batalha de Midway a Marinha Imperial do Japão praticamente deixou de existir. Era uma questão de tempo para que o Japão perdesse a Guerra. Contudo, isso fora em 1942 e passados quase 3 anos o número de mortes ( dos dois lados ) assustava a todos.

O Japão jamais iria desistir. É um povo milenar onde desistir é uma desonra não só para si, mas para toda a sua família. Enquanto houvessem soldados com armas a guerra permaneceria. Em Iwo Jima ( retratado espetacularmente por Clint Eastwood ) o plano era tomar a Ilha em 30 dias e levou mais que o dobro. Além disso, morreram mais do que o dobro de soldados que o Alto Comando dos EUA previra. Ao refazerem as contas, os Generais se assustaram com os números. As baixas somente do lado japonês poderiam chegar a mais de 5 milhões. O que fazer então?

Desde 1942 que cientistas tocavam o profeto da Bomba Atômica. E a mesma ficou pronta na mesma época, tendo sido testada - com sucesso(?? ) - no Deserto do Novo México. Depois de grande debate interno, o Governo decidiu que as baixas em Hiroshima ( e três dias depois em Nagasaki ) seriam menores do que invadir todo o Japão e travar batalhas cidades após cidade até findar a Guerra. Vejam bem, eu particularmente não concordo com o lançamento das bombas ( até porque poderiam apenas cercar o território japonês e miná-lo até forçar uma rendição, mesmo que demorassem anos ), mas é impossível negar que a conta de vidas ficou menor com as bombas. O problema que eu toco é: valeu mesmo a pena o risco que vivemos durante anos de uma guerra nuclear? Essa é a questão...

Além disso tem outro lado: era preciso mostrar ao mundo ( leia-se URSS ) que os EUA possuíam a bomba. Sendo assim, destruir duas cidades japonesas seria a oportunidade perfeita.  Após o ataque do Enola Gay, 70 mil pessoas morreram no instante em que a bomba explodiu, a mais de 500 metros de altura. O calor foi comparável ao do Sol e logo veio uma nuvem negra que carregava elementos tóxicos, que levou a morte mais pessoas no mesmo dia e nos seguintes. Durante meses, anos e até hoje inúmeras pessoas sofreram as consequências, com todo tipo de doenças, sobretudo câncer.

Ao todo, segundo contas japonesas, mais de 250 mil pessoas morreram por causa do ataque somando os que morreram em decorrência de doenças. Ao olharmos as projeções de mortes em uma invasão ( entre 5 e 10 milhões ). Independente do que pense-se acerca disso, a realidade é que o mundo ficou menos seguro 70 anos atrás. Passamos a ter como nos eliminar da face da Terra. Ao menos podemos nos orgulhar de que nunca mais foram usadas após 9 de Agosto para fins bélicos. 

Mas que assusta saber que existem, ao menos, 16 mil bombas atômicas no mundo, isso ninguém pode negar.

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