segunda-feira, abril 18

Geraldo Neto promete investir na base e manter crescimento do Salgueiro

Geraldo Neto, Salgueiro (Foto: Emerson Rocha)
Geraldo Neto em entrevista para o Globo Esporte.Com
Geraldo Neto assumiu o comando do Carcará do Sertão em Março passado e já está com a cabeça focada no futuro, seja para manter o crescimento do Clube seja para montar as divisões de base do time. Ele concedeu uma entrevista para o Globo Esporte.Com, que o blog reproduz na integra:

Responsável por conduzir o Salgueiro nos próximos quatro anos, o novo presidente do clube traçou os pontos primordiais da sua gestão, que começou em março. Empresário, 27 anos e filho do ex-presidente Clebel Cordeiro, Geraldo Gonçalves Vidal Neto tem como principal objetivo fazer com que o Carcará, consolidado como a quarta força do futebol pernambucano, não estagne. 

Para isso, o jovem cartola aposta na formação de jogadores e no surgimento de torcedores que tenham o Tricolor Sertanejo como o primeiro time do coração.
– Hoje o meu maior trabalho seria a base. Desejo fazer a implantação da base, do centro de treinamento e começar a formar os novos torcedores – afirmou Geraldo Neto.

Em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, Geraldo Neto colocou o planejamento como a chave do sucesso para uma boa gestão. Para ele, que até pouco tempo exercia o cargo de vice-presidente do Salgueiro, o aprendizado adquirido naquela época será fundamental durante seu mandato.
– Meu trabalho é bem em cima de planejamento. A gente planeja e tenta ao máximo seguir à risca.
Abaixo, o presidente do Salgueiro fala sobre o contato com o torcedor, a gestão de Clebel, o assédio de outros clubes ao técnico Sérgio China e os planos para o crescimento do Carcará. Além disso, com o Tricolor Sertanejo disputando mais uma semifinal do Pernambucano, Geraldo diz que a equipe deu graça ao campeonato estadual.

GloboEsporte.com: Quem é Geraldo Neto? - Geraldo Neto: Sou uma pessoa que procura andar na organização. Não sou, como posso dizer, arriscado como Clebel, que se arrisca demais. Eu procuro seguir uma linha de organização. Não busco ser tão arrojado, gosto mais de trabalhar com uma pauta, com planejamento. Antes de assumir em março, como presidente, a gente já vinha trabalhando desde dezembro dentro do Salgueiro: nas contratações, ver questão de patrocínios, montar premiações, objetivos, sentar com Sérgio China, Carlos José (gerente de futebol), jogadores. Então, meu trabalho é bem em cima de planejamento. A gente planeja e tenta ao máximo seguir à risca. 

Qual será a principal marca da sua gestão? - Hoje o meu maior trabalho seria a base. Desejo fazer a implantação da base, do centro de treinamento e começar a formar os novos torcedores. Se a gente começa a trabalhar com crianças, o que nós queremos buscar com as escolinhas, já que hoje os torcedores do Salgueiro são torcedores do Vasco, Flamengo, Sport, Santa Cruz, Náutico, Palmeira, ele começa a torcer para o Salgueiro como o primeiro clube. Trabalhando o torcedor ainda criança, a gente tem a certeza de que o Salgueiro vai perdurar por mais 10, 20, 50 anos de trabalho. Esse é o nosso maior intuito. 

Você é o idealizador do programa de sócio do clube. Como tem sido a aceitação do torcedor? Estamos dando uma reformulada no programa de sócio. Vamos fazer um ano, conseguimos em média 750 sócios titulares, com os dependentes ultrapassamos 1500. Queremos regularizar a situação dos inadimplentes. Estamos buscando um novo programa, dar uma repaginada. Nós estamos estudando o que deu certo neste ano e o que não deu, para atualizar o programa agora quando ele completa um ano. 

Depois do Fim do Todos Com a Nota a presença do torcedor caiu muito no Salgueirão. Como fazer para muar esse quadro? - Estamos repaginando o programa de sócio torcedor justamente para ver se consegue dar um up na quantidade de público. Ver se a gente consegue, nesse próximo ano, no mínimo dobrar o número de sócios, indo para 1500, 2 mil titulares. 

Além do Sou Carcará, o Salgueiro tem outros projetos para captação de recurso? - Quando começa a trabalhar o torcedor de criança, a gente tem a certeza de que o Salgueiro vai perdurar por mais 10, 20, 50 anos."A gente agora começou o trabalho com o centro de treinamento, que está com os campos prontos. Mandamos fazer as traves, está cortando, ajeitando, já fez a revisão do sistema de irrigação, para começar o trabalho de base e o trabalho das escolinhas.

Algum projeto para trabalhar a imagem do clube? - Estamos com uma empresa de marketing e a gente está trabalhando para levar a marca do Salgueiro para outras regiões. Esse lance da escolinha, é montar uma em Petrolina, já temos duas vendidas para o Piauí, já temos escolinha na região do Agreste de Pernambuco e vamos tentar, justamente, levar o nome do clube para fora com esse trabalho. 

Você é ativo nas redes sociais. É bom manter esse contato com o torcedor? - Eu sou um torcedor apaixonado. Tenho contato com toda a torcida, a organizada, o público em geral. Eu vou buscar muito nesta gestão a opinião do torcedor. Agora mesmo, a gente está discutindo como seria uma promoção para o jogo contra o Sport. Nós buscamos muito escutar o torcedor para ver como seria uma forma de ajudar o time e levar o torcedor a campo. 

De tudo o que você aprendeu ao longo dos anos no Salgueiro, o que pretende usar na sua gestão?
A ousadia. Nunca se sentir pequeno. Sempre ir de igual para igual, independente da equipe que a gente venha a enfrentar, seja um time com a folha como de Flamengo e Internacional, que já enfrentamos, e buscar o nosso espaço.

Qual a sua avaliação sobre o trabalho de Sérgio China? - O trabalho de Sérgio China é inquestionável. É um cara que conversa muito com a gente. Ele é um estudioso do futebol, estuda os adversários, monta o time, obedece o nosso planejamento. Até agora ele vem cumprindo o nosso planejamento. Alguns torcedores reclamam que em alguns jogos ele coloca time misto, mas isso está dentro do planejamento para que a gente atinja a meta que foi definida. 

O assédio de outros clubes em cima de Sérgio China tem sido grande? - Tem sido, mas nós temos um compromisso de trabalho. Estamos tentado cumprir, tanto da minha parte como da dele, para ver se a gente consegue manter esse compromisso por mais uma temporada.

Existe alguma multa rescisória no contrato de China? - Não. Ele é livre, não tem nenhum impedimento. É uma coisa que meu pai sempre trabalhou e eu pretendo trabalhar também: futebol é um meio um pouco ingrato de período. Imagina eu pegar um jogador agora e tentar prendê-lo. Uma carreira curta, ele pode brilhar, ganhar o mundo e eu prender ele no Salgueiro. A mesma coisa é com Sérgio China. Ele vem fazendo um trabalho espetacular. Pode treinar um clube de Série B, Série A e eu vou prender ele? Então, a gente tem essa conversa que, se for para uma coisa melhor, eu não vou prender. 

As boas campanhas do Salgueiro nos últimos anos deram um ânimo novo ao Campeonato Pernambucano? - O Salgueiro deu graça ao campeonato. Antes só ganhavam os três (Sport, Santa Cruz e Náutico) e nós chegamos para brigar. A gente vai brigar para se manter como a quarta força do futebol de Pernambuco e continuar brigando de igual para igual.

E a expectativa para a semifinal contra o Sport? - É um desafio. Temos que encarar todo jogo, respeitando a equipe do Sport. Deus está vendo o nosso trabalho, com o orçamento que temos, uma luta diária e a gente vai brigar pelo nosso espaço, como sempre foi brigado, como sempre Clebel gostou de ir para cima e brigar com os outros clubes. Nós vamos tentar fazer a mesma coisa. No ano passado a gente passou e agora vamos tentar fazer a mesma coisa e, quem sabe, ser campeão pernambucano, trazendo o título para o interior.
 
Quais os erros cometidos por seu pai que você espera não cometer? - O Salgueiro deu  graça ao campeonato. Antes só ganhavam os três (Sport, Santa Cruz e Náutico) e nós chegamos para brigar". Acho que ele vem com uma gestão, na minha opinião, impecável na medida do foco que ele vem trabalhando. Hoje, o que eu quero, é direcionar o foco um pouco mais na formação, em trabalhar com jogadores jovens, essa questão das escolinhas. Essa é a minha vontade. Mas, quanto a gestão dele, eu acho inquestionável. Série B, passou para as oitavas de final da Copa do Brasil, então, quero tentar fazer o máximo parecido possível.

Hoje, a última palavra no Salgueiro pertence a Geraldo Neto? - A última palavra é minha. Quando eu assumi a empresa (da família), Clebel falou a mesma coisa. Ele chegou até mim e disse: para dar certo, toda vez que você for tomar uma decisão, tome como se fosse eu. Do jeito que eu te ensinei. Essa confiança que ele tem, dá carta branca para a gente poder trabalhar.

O seu mandato é de quatro anos. Como você vê o Salgueiro em 2020? - Espero que a gente tenha conseguido cumprir o planejamento. Subir para a Série B, conseguir revelar talentos, montar as escolinhas, os projetos sociais. Que o clube esteja em outro patamar. Que o que ele conseguiu em 11 anos, dê continuidade nesse crescimento. Que a gente não estagne por já ter chegado aqui. Que continue sempre crescendo.

Alguma mensagem especial para o torcedor? - O apoio para a existência do time é a torcida. Que ela acredite no nosso trabalho, assim como vem acreditando no trabalho de Clebel, na comissão técnica, que a gente vai tentar dar continuidade neste estilo de gestão. O apoio que pode ser dado é se associando, indo a campo, incentivando. É como a gente vem trabalhando no sócio torcedor: unidos seremos mais fortes.

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