sexta-feira, dezembro 16

Felipe Nars luta como pode para seguir na F1 e manter o Brasil nela

O mago Champman e o Rato em 1970, a 1ª da série de temporada com brasileiros na F1
E se nada mudar, 2016 terá sido a última...
Quem tem mais de 40 anos ( eu tenho quase 43 ), cresceu dividindo quase que igualmente duas paixões esportivas: Futebol e F1. Quando comecei acompanhar a Fórmula 1 não tive escolha: era criticar Emerson Fittipaldi e seu irmão Wilsinho por terem criado a Copersucar, até hoje a única equipe da América do Sul na F1. Claro que também fiquei sabendo de figuras como José Carlos Pace, Ingo Hoffman, Alex Dias Ribeiro dentre outros.

Quando eu tinha 10 anos, Nelson Piquet já era bi-campeão mundial e era considerado um dos melhores da história. Nessa temporada apareceria Ayrton Senna da Silva e assombraria o mundo na pista de Mônaco, debaixo de intensa chuva quase vencia não fosse uma manobra para proteger Alain Prost ( francês ). Lembrando que ali foi o primeiro round de uma batalha entre os 2. 

Quando Piquet foi tri em 1987 a rivalidade entre ele e Senna era forte e houve ali meio que uma passada de cetro, porque pela primeira vez o Brasil venceria duas vezes seguida o campeonato ( fato repetido por Senna em 90/91 ). Vieram os anos de ouro com quatro campeonatos em 5 anos ( só Prost quebraria a sequência - com muita polêmica - em 89 ). Senna seria o ídolo de muitos - eu prefiro Piquet - e manteria o Brasil no topo até 1994, quando faleceu em um acidente na Tamburello em Ímola. 

Vieram os anos de Rubens Barrichello e outros menos famosos. Até a chegada de Felipe Massa que quase foi campeão em 2008 ( foi campeão por 30 segundos ). Depois uma decaída grande, apenas interlaçados por raros momentos de feitos memoráveis, como as vitórias de Rubinho em 2009 ou o segundo lugar de Massa no fim da temporada 2014 quase vencendo Hamilton. Mas foram meros brilharecos em meio a falta de resultados consistentes. 

Chegamos agora ao fim de 2016 na iminência de - pela primeira vez de 1970 - ficar sem ter um piloto no grid. Algo que já ocorreu com franceses, italianos e até mesmo alemães. Felipe Massa se aposentou ( embora ventile-se que ele possa voltar com a aposentadoria de Nico Rosberg ) e podemos ficar somente com Felipe Nasr. Isso se ele conseguir uma vaga. Atualmente existem apenas 3 abertas - de forma oficial: a da Sauber ( onde ele correu nas duas últimas temporadas ) e duas na Manor ( a pior equipe do Grid ). Sejamos francos que as opções não são nada animadoras.

Porque chegamos até este ponto? Bom que tal não temos mais nenhuma categoria de base em nosso país? Até o início dos anos 90 tínhamos a Fórmula Ford para quem saía do Kart, depois a F3 e só ai que nossos pilotos iam para Europa. Agora mal temos a F3. E a qualidade de nossos pilotos decaiu muito com isso. 

Perder um posto na F1 será traumático demais para os de minha geração. E nem assim a CBA ( Confederação Brasileira de Automobilismo ) fará nada. Que é exatamente o que não feito até agora...

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