Crivella não compareceu a único evento do Carnaval: respeito ou descaso? |
Um dos debates mais intensos atualmente é sobre o tema religioso. O que pode ou não em casa religião, a questão do aborto e a - para mim - absurda isenção de impostos. Enfim, é um tema que gera debates acalorados. Contudo não podemos nos esquecer que estamos em um Estado Laico e que sim a Liberdade Religiosa é um dos pilares centrais de nossa Democracia, como ademais o é em todas as Democracias. As verdadeiras, ao menos. Adiante...
Marcelo Crivella é sobrinho do fundado da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo. Está intimamente ligado à Igreja, da qual foi Bispo do primeiríssimo time, sendo um dos grandes sucessos da IURD. Jamais poderá desgarrar-se disso e nem deve. Mas uma coisa que ele jamais poderia ter feito é ausentar-se dos eventos oficiais da cidade que pleiteou Governar, é uma afronta ao bom senso. Que a sua fé protestante seja preservada, mas ele não foi eleito apenas por membros de sua fé e muito menos apenas por cariocas que "odeiem" a folia de momo.
Por falar em Momo, tudo começou pela Cerimônia tradicionalíssima de entrega das chaves da cidade ao Rei Momo. Crivella não compareceu e deixou para um obscuro assessor representá-lo e nem ao menos enviou uma mensagem. Segundo sabe-se, ele e os outros Prefeitos "protestantes", consideram receber as chaves das cidades que Governam das mãos de Deus e assim não poderiam repassá-las para as mãos de outros "mortais". Ok, eles tem direito achar isso, mas se não querem fazer estes rituais que fazem parte do calendário da cidade, que não se candidatem. Ou se decidirem concorrer, que entendam que fazem parte da chamada "liturgia do cargo".
Fosse só isso, ainda ia. Mas ele foi além: simplesmente não apareceu no sambódromo, onde os olhos do mundo estão voltados para o Rio de Janeiro. E ainda mais este ano em que aconteceram dois graves acidentes com Carros Alegóricos, deixando mais de 30 feridos. E ele como Prefeito, deveria ser o primeiro a dar entrevistas e tomar medidas para ajudar seus cidadãos.
Crivella não pode virar as costas pro Carnaval por causa de sua fé, até porque esta não estaria em risco com uma ida até o Sapucaí. Segundo que o Carnaval é o MAIOR evento da cidade que ele foi eleito para governar. E terceiro que ele é uma autoridade de TODOS e não apenas dos que comungam com sua fé.
Se ele não pretendia ir como autoridade aos eventos do Carnaval, que ele não tivesse lançado candidatura. Ou trocando em miúdos: "se não puder com o pote, nem pegue na rodilha".
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