Temer e Geddell: muita coisa poderia ter sido evitada... |
Existe um ditado sobre honestidade que gosto muito: "à mulher de César, não basta ser honesta. Precisa parecer honesta!!!". Numa referência a mulher do Imperador Romano Júlio César, que mesmo que fosse honesta tinha hábitos, costumes e ações de quem não era. Nada pode se aplicar melhor do que a - até aqui - maior crise do Governo de Michel Temer.
O Ministro da Articulação Política Geddell Vieira de Lima, agora ex-Ministro, foi até o colega da Cultura Marcelo Calero para que este intervisse junto ao Iphan em favor de um empreendimento imobiliário na capital Baiana, Salvador. O Iphan tinha embargado a obra que deveria ter 25 andares, limitando-a de acordo com o que manda a lei, no caso 13 andares. E isso foi o estopim de uma crise que deu e vai seguir dando o que falar. Calero pediu demissão, saiu atirando e o clima azedou.
Michel Temer poderia ter resolvido o problema com a simples demissão de Geddell, mas como medo de perder apoios - além de passar um perigoso recado aos aliados - resolveu bancar a permanência. Foi quando Calero disse que tinha falado o próprio Presidente sobre o caso e, segundo o ex-Ministro - foi pressionado a "ajudar" Vieira Lima. A Presidência admitiu as conversas, mas negou ter pressionado. Disse que falou para Calero levar o caso até a AGU - Advocacia Geral da União. Em depoimento, Calero reafirmou a pressão e ainda deu a entender que teria gravado as conversas. Diante de um iminente desmentido vexaminoso, Temer sugeriu que Geddell pedisse demissão. O que foi feito hoje pela manhã. O que prontamente foi aceito pelo Governo. Mas o estrago já estava feito e, claro, a oposição caiu em cima, acusando que a demissão visa tirar o foco de Temer, como fez o Senador Humberto Costa ( PT-PE ).
Tudo isso teria sido evitado se todos os envolvidos, sobretudo Geddell, tivessem seguido o ditado que iniciou este texto... e todos seguiriam "parecendo" honestos. Mesmo que não fossem...
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