Hillary x Trump: pobre povo dos EUA ter que escolher entre eles... |
Guardadas as devidas diferenças, o eleitorado dos Estados Unidos está na mesma sinuca que o povo do Rio de Janeiro esteve no domingo passado: escolher entre um candidato péssimo e outro horroroso. Ai a pergunta é: o que fazer num cenário desses?
Antes de falar sobre os dois candidatos, vou tentar descrever de forma básica como é o sistema eleitoral dos EUA, que muitos chamam de complicado mas não é bem assim. Tudo se baseia do fato de que o país é, de fato, uma Federação de Estados. Sendo assim acontecerão, na verdade, 50 eleições nesta terça dia 09. Em cada um destes estados teremos embates individuais entre Democratas e Republicanos. É como se quem vencesse em Pernambuco ficasse com os 25 deputados no Colégio Eleitoral. Aquele que obtiver mais votos no Colégio é eleito Presidente e ocupará a Casa Branca pelos próximos 4 anos. Portanto, temos uma eleição indireta. Por isso que, poucas vezes é verdade, é possível um Presidente ter mais votos populares e perder no Colégio Eleitoral. A última vez em que isso aconteceu foi em 2000, no embate entre Al Gore e George W Bush. A vitória deste último na Flórida determinou quem seria o presidente, mesmo que Al Gore tenha tido mais de 500 mil votos no geral.
Depois de explicar como funciona o sistema eleitoral, convém lembrar que não existem apenas 2 partidos nos EUA. Existem vários Partidos, mais do que no Brasil. Acontece que por lá, as pessoas votam basicamente apenas em Democratas e Republicanos. Existe uma fidelidade do eleitorado por lá. O que também serve para explicar a estabilidade institucional do Governo de Washington. Por isso que desde 1860 todos os ocupantes do Salão Oval foram eleitos pelo partido Democrata ou pelo partido Republicano.
E ai chegamos ao embate em 2016, que opõe a esposa de um ex-presidente ( e a primeira mulher a disputar o cargo por um dos dois partidos ) contra um empresário do mundo do showbizz. Hillary Clinton não é apenas uma ex-Primeira Dama, ela é a única a ter vivido uma traição do marido em Rede Nacional e até mesmo com um Processo de Impeachment por causa disso. Ela é advogada bem renomada até o marido, Bill, ter virado Governador e ansiar virar Presidente. Já Trump jamais teve realmente a intenção de virar Presidente até o início dos anos 2000. Ele que nasceu rico tornou-se, pelos próprios méritos, e montou um império em diversas áreas, sendo desde apresentador de reality shows, passando por cassinos e o ramo imobiliário.
Os dois tem poucas qualidades destacadas e diversos defeitos. Trump mostrou xenófilo, um desastre em declarações quase todos os setores e ainda foi acusado de assédio sexual por diversas mulheres. Ele perdeu apoios e mais apoios dentro do seu próprio partido. Nenhum dos ex-presidentes vivos entre os Republicanos vai votar nele. Já Hillary tem contra si a fama de ser desonesta, ter uma alta rejeição e de que mentiu até sobre a sua saúde. Pesa contra ela também, algo impensável no Brasil, suspeita de ter usado um e-mail particular para comunicações oficiais. Inclusive uma investigação foi re-aberta sobre este caso durante esta semana,
Quem vai vencer? Eu não sei, mas acredito que Hillary esteja para lá como Marcelo Crivella esteve para o Rio de Janeira, ou seja, ela é a opção menos danosa. Mas isso não a coloca como a melhor, mas apenas que eleger o seu rival seja algo bem pior. E não existe como comparar Freixo com Trump, com certeza. Mas ambos só devem perder por conseguirem ser o pior no confronto com o rival. Assim como disse que Deus tivesse pena do povo do Rio, digo o mesmo com relação aos EUA...
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