O jogo que o tornou uma lenda mundial... |
É simplesmente impossível falar do Brasil Gigante no futebol sem falar no dia 15 de Junho de 1958. Neste dia o Brasil conseguia classificar-se para a segunda fase da 6ª Copa do Mundo, disputada pela primeira - e até agora única vez - em um país nórdico: a Suécia. Até ali o Brasil vencera a Áustria na estreia e depois empatara com o ingleses. Precisava vencer para não depender de outros resultados. Do outro lado, a URSS, um time cheio de mitos e muitas teorias, afinal era o debute da Seleção Soviética em Copas e pouco, ou quase nada, sabia-se sobre o rival. Quer dizer, o Brasil até sabia alguma coisa, pois as duas seleções ficaram na mesma cidade e a concentração canarinha ficava em um plano elevado da sede soviética. E ver os "russos" treinarem 2 vezes por dia causou espanto. Mal sabiam os russos que o Brasil tinha uma arma que ciência alguma poderia domar: Manuel dos Santos.
Quem é? Bom, talvez você conheça-o como Mané ou ainda mais como Garrincha. Acreditem ou não, ele era reserva daquele time. Acreditem ou não até o titular ( o flamenguista Joel ) achava que Mané deveria ser o titular. E numa reunião comandada por Didi e Nilton Santos ( ambos amigos e companheiros de Garrincha no Botafogo ) com a comissão técnica selou a escalação do anjo das pernas tortas contra os russos. Também entraram no time o atacante Vavá e o volante Zito. O resto é história: russos e mais russos estatelados no chão, driblados impiedosamente por Garrincha, que mandou até bola na trade. Atônitos os soviéticos não sabem o que fazer e aos 3 minutos Vavá abre o placar.
Garrincha virou mito. No dia seguinte as duas delegações preparam uma despedida, na Sede Soviética. Os 22 jogadores foram perfilados em duas linhas, ficando um jogado de frente para outro da outra nação. O protocolo previa um aperto de mão, mas na frente de Garrincha ficou o lateral esquerdo Kuznetzov, que sofrera o maior baile da história das Copas. Na hora em que caminharam para o aperto, o soviético agarrou-se a cintura de Garrincha e gritava sem parar. Foi uma alvoroço pois se hoje são raros os brasileiros que falam russo, imaginem 57 anos atrás. Até que um tradutor finalmente acalmou a todos: "ele só está dizendo que agora o agarrou, como prometera aos companheiros dele".
Garrincha completaria 82 anos hoje. Só que ele morreu temos tristes 32 anos. Mas não morre aqueles que jamais serão esquecidos. E Garrincha jamais será esquecido enquanto alguém lembrar-se dele. Viva Mané, a Alegria do Povo...
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