Raramente um time vence sendo o melhor da competição em torneios de tiro curto, porque não é apenas ser o melhor time de todos, mas o melhor naqueles 30 dias. E encarando o time da casa, que só chegou onde chegou porque praticamente por ter a facilidade de atuar praticamente todos em casa. Mas conquista da Itália é imensa. E reforça demais uma Azzura em reconstrução após atingir o fundo do poço.
A Itália viveu de espaçadas façanhas, como a Copa de 82 onde foi totalmente desacreditada e eliminou a melhor seleção em partida onde foi melhor, por mais que não admitam isso. Na sequência fez uma Copa opaca no México e foi a primeira grande a não disputar uma final em casa em 1990. Vivia má fá em 1994 mas a grandeza de Baggio a levou até a final, com um tanto de sorte e drama. Em 1998 outra Copa sem brilho, assim como em 2002. Viveu o auge em 2006, contando claro com a cabeçada de Zidane. E só. Parou no tempo...
Ficou na primeira fase em 2010 sem sequer vencer uma partida e em 2014 caiu no grupo da morte, mas perdendo a vaga para Costa Rica, não para Uruguai ou Inglaterra. Neste meio tempo ainda decidiu a Euro 2002 e a de 2012: tomou um sofrido gol de Ouro e uma goleada de 4x0. Vivia dias ruins, mas a camisa pesava.
Para 2018 o grupo das Eliminatórias era pesado e terminou atrás da Espanha, como esperado. E foi pela primeira para a repescagem e pegou uma Suécia mordida. E ficou pelo caminho, falhando uma Copa pela primeira vez em 60 anos. Era o fundo do poço. E era preciso fazer algo. E fizeram...
Diferente do Brasil que nada fez após o 7x1, a Federação Italiana resolveu atuar em duas frentes: montar um Comissão Técnica sólida e reformular o futebol de base. Também foram atrás de naturalizar mais jogadores, tanto que nesta equipe campeã existem 3 brasileiros: Jorginho, Rafael Tolói e Emerson Palmieri. Não esperavam que colhessem resultados tão cedo, pensavam em 2026. Mas Mancini e sua equipe ( todos na imagem abaixo ) conseguiram o que parecia impossível.
Roberto Mancini foi craque. Venceu o Scudetto duas vezes por times aleatórios ( Sampdória e Lázio ), ganhou 6 Copas da Itália e era como um técnico em campo. Vialli foi um dos melhores 9 de sua era, Evani era um batalhador incrível e Oriale trouxe a experiência. Deu liga e com um elenco onde não existe um craque incontestável, mas o nível é todo alto. Joga bola, tem qualidade e um plano claro de jogo. E tem como evoluir. Esta equipe, fatalmente, dará trabalho no Catar. Serão campeões? Não tenho bola de Cristal, mas não duvidaria. Esta equipe é boa e joga pra frente.
O jogo em si ficou a percepção de que Inglaterra não soube o que fazer com o gol aos 2 minutos. Praticamente não jogou durante os 120 minutos. Abdicou de buscar com ênfase o segundo gol e pagou caro por isso. Parece não ter se preparado para jogar com a vantagem, Do outro lado vimos uma Itália correndo, marcando, criando e não desistindo em momento algum. Se alguém mereceu vencer no tempo normal, foi a Itália, assim como na prorrogação.
A Euro termina e também temos com o que nos preocupar para a Copa do ano que vem, porque foram vários times que mostraram bom volume e qualidade que raramente vemos em nossa Seleção. Mas por hora, olhemos para Roma, capital do Futebol até o fim da Dezembro do ano que vem, e quem sabe, até mesmo depois. O tempo dirá...
Ontem pela Eurocopa aconteceu um momento raro: quando uma lenda se aposenta levando sua Seleção ao seu momento mais alto. Foi o caso de Goran Pandev, que nasceu Iugoslavo e que em 1992 virou Macedônio ( na verdade, sempre foi, mas a Macedônia do Norte não era uma nação independente ).
Ele é a maior estrela da história da Seleção. E com seu país estava eliminado, o jogo diante da fortíssima Holanda era uma mera formalidade. Mas não para Pandev. E também não o foi para os holandeses. Que por meio de seus jogadores entregaram uma camisa da Laranja para o adversário que se despedia da sua seleção.
Algo raríssimo. E merecido. E que mostra que nunca será apenas um jogo de 90 minutos. Para saber mais sobre quem é Pandev, leia este texto do ótimo site Trivela, que eu super recomendo.
A tentativa desesperada da Conmebol em manter a Copa América em 2021 pode resultar em um prejuízo ainda maior. Devido à péssima repercussão nas redes sociais, hoje a AMBEV decidiu não mais expor sua marca no evento.
Ontem foi a vez da Mastercard fazer o mesmo, usando as mesmas justificativas. Ambas empresas seguem como patrocinadoras, uma vez que as Cotas já foram pagas, mas não deixarão suas marcas expostas durante as partidas.
Pode ser o primeiro passo para que elas saiam fora da lista de patrocinadores da Entidade Sulamericana. Quem sabe pesando no Bolso, ela entenda que certas coisas não devem ser levadas a frente a qualquer custo.
Amanhã o STF tem reunião que pode bloquear a realização da Competição no Brasil. Seria a pá de cal no evento, apelidado de CEPA e COVA América.
Sábado. Dia 08 de Julho. São Januário. Vasco x Flamengo. Confusão, morte e cenas lamentáveis. Seria mais um dia "comum" no futebol brasileiro se o dia não fosse 08 de Julho. Não lembra o que de importante aconteceu nesta data? Pense em futebol, Copa e Alemanha... lembrou?
Pois é, todas cenas selvagens vistas em São Januário aconteceram no dia em que completou-se 3 anos do desastre do Mineirão, o maior vexame da história das Copas. De todas as Copas... elas são, portanto, um sintoma de tudo o que não mudou desde 2014. Como disse em outro texto o futebol brasileiro só piora fora de campo, enquanto que os outros só evoluem. Aqui temos Cotas diferenciadas demais entre os times que criarão no longo prazo um fosso que só fará mal ao próprio futebol.
Com relação às cenas lamentáveis do sábado deixo uma informação: quando o Vasco caiu em 2015 pela terceira cena piores foram vistas em Joinville. Duvida que os mesmos estavam nas cenas contra o Flamengo? Acho que não, não é mesmo? A solução passa pelo banimento das organizadas, punição severa para os brigões com obrigação de se apresentar numa Delegacia sempre que seu time for jogar e sem poder ver a partida. Tirando o que ele gostam - brigar - começa-se a resolver o problema.
Mas isso é querer demais de nossos idiotas, larápios e cegos dirigentes...
Muitos não gostam da Rede Globo, alguns pelos motivos errados em minha opinião. Não gosto da RGT porque a mesma, desde muito tempo, não esconde sua preferência pelo Flamengo - recentemente pelo Corinthians também - e adoraria que o Campeonato Brasileiro fosse uma versão do Espanhol, onde Real Madrid e Barcelona se dividem na ponta. Acontece que, se isso realmente acontecer, os outros times virariam iguais os pequenos de lá. E acreditem ou não, os outros times não estão fazendo nada para evitar isso.
Ai chegamos no caso da Liga do Nordeste. A mesma é exclusividade do Esporte Interativo, que revende-a para a Globo Nordeste. Enquanto era só isso, não vimos nenhum ataque ao Canal. Mas desde 2015 que o canal do Grupo Warner vem sofrendo mais represálias por parte do Grupo Globo e, pasmem, de parte dos Clubes. A concorrência que deveria ser salutar aqui no Brasil é vista como ofensa. Enquanto que mais gente transmitindo geraria mais dinheiro para os clubes, aqui querem justamente o contrário. E os motivos sabemos bem: deixar a "dupla de queridinhos" ganhando mais. Não por outro motivo que Flamengo e Corinthians ganham 70 milhões a mais que o segundo colocado na lista de receitas de TV. E, assombrosos, 150 milhões do que os que chegam da Série B.
O EI encampou a briga dos Clubes contra a CBF que tinha extinguido a Copa do Nordeste em 2002 numa canetada para agradar as ( inúteis ) Federações. A Liga do Nordeste entrou na Justiça e em 2011 ganhou a causa e a CBF se viu obrigada a voltar a Competição. Na época a Globo não achou que a mesma vingaria e deixou o caminho aberto para o EI. Deu muito errado e o sucesso da competição fez com a RGT mudasse de ideia. Mas o contrato com o EI é de 10 anos ( a se encerrar em 2022 ) e não tem como fazer outro antes disso. O que faz a Globo então? Estão usando os clubes com quem tem contrato ( Sport, Pernambuco e Náutico ) para implodir a competição. E o vergonhoso é os clubes se sujeitarem a isso.
A ideia, com o claro apoio das Federações asquerosas, é acabar com a competição. Que gera receita e faz com os clubes atuem com estádios mais cheios do que nos também inúteis Estaduais. E que, mais incrível, tem feito com que equipes pequenas pudessem aparecer na TV, caso do nosso Salgueiro, que desde o começo só ficou de fora de duas edições e está garantido na de 2018. De um lado os times da Globo querem rachar a competição e os times do EI querem mantê-la.
Sabem quem sairá perdendo? O Futebol, é claro. Sempre que as Federações e a RGT saírem ganhando, tomaremos outros 7x1...
Ontem no Cornélio de Barros, onde o Carcará perdeu mais uma vez pela Série C e se complicou ainda mais na competição, a torcida protestou de forma clara e dura. A foto acima - a qual não precisa de complementos - é tácita sobre o sentimento da torcida.
Pena que a Federação, via seu nefasto Presidente Evandro de Carvalho, disse que tudo correu dentro da normalidade. Se formos observar atentamente, ele tem é razão. Anormal seria o Carcará ser Campeão.
Sou, jamais neguei isso, torcedor do Sport. Quem me conhece sabe bem que concilio numa boa os três times de S na minha vida: Santos, Sport e Salgueiro. Paulista de nascimento que sou herdei de meu velho o DNA santista. Tendo vindo morar em Salgueiro no ano de 1982 virei rubronegro a partir de 1987... e desde que o Carcará foi criado - com algumas restrições no começo - vesti a camisa do time. Mas tenho ordem de preferência: Santos, Sport e Salgueiro.
Mas nesta decisão, farei uma rara inversão nesta ordem: sou 100% Salgueiro. E por isso lamento, profundamente, a atitude desprezível do Leão da Praça da Bandeira. Absurdamente o time recorreu a um Juiz torcedor do Clube para proibir a presença do torcedor símbolo do Salgueiro: Tarcísio da Buzina.
É chato? Claro que é... eu considero-me próximo dele e gosto dele como pessoa. Seu modo de torcer atrapalha na partida, mas é um DIREITO dele. Ele paga ingresso e assim pode torcer como bem entender, desde que não viole nenhuma lei. E não é o caso aqui, com 100% de certeza. Então, porque o Sport fez isso?
O time do Sport contratou Vanderlei Luxemburgo e... ele fez sérias críticas a Tarcísio, mas TODOS os técnicos assim o fizeram, de Vadão até Paulo Roberto Falcão. Mas pode um time proibir que um torcedor do rival torça da maneira que deseje? Para mim, não. Mas para o Juiz, torcedor declarado do Sport, sim.
E fica a pergunta: porque o Sport fez defesas públicas de Zé do Rádio, quando Telê Santana o criticou nos anos 90? Quer dizer que o chato for do Sport pode, mas se for de outro time não? Aqui esta a maior incoerência do estapafúrdio pedido do Sport. E que se note que a inútil Federação Pernambucana de Futebol não fala nada e nem rebate o pedido sem sentido.
Futebol decide-se no campo. Ao tentar tirar Tarcísio de campo ( ou a sua buzina ) o Sport consegue o oposto, com campanhas de torcedores tomando conta das redes sociais. Pelo alarido que estão nelas, creio que a saída de Tarcísio nem será sentida. Pelo lado do Salgueiro, já para Luxemburgo...
A partida em Cardiff começou elétrica e com cara de que seria sensacional. E com 20 minutos Cristiano Ronaldo fez o primeiro, com desvio de de Chiellini que matou Buffon. Só que pouco tempo demais viria o golaço da partida: Mandzukic fez mm volei primoroso de fora da área e deixou tudo igual.
Aqui o pêndulo da final poderia ter pendido para o lado do time italiano, com mais posse e pressionando o time madrilenho. Acontece que a Vecchia Signora é uma equipe com forte defesa e não com ataque espetacular. E perdeu chances que custaram caro o fim do confronto. Quando o primeiro tempo terminou os merengues estavam mais do que satisfeitos.
Após o intervalo o ímpeto ofensivo do time espanhol sobressaiu e atropelou o rival de forma impiedosa com 3 gols, um deles o golaço da segunda imagem que ilustra este post, do brasileiro Casemiro. Cristiano Ronaldo fez o segundo e Asensio fechou a conta. O placar não retrata a dedicação e empenho dos juventinos, mas reforça a supremacia do time do Real, que venceu sua terceira Champions em 4.
Se um dos 6 times do Brasil classificados vencer a Libertadores, já sabem quem terão que encarar. Isso, é claro, se chegarem até a final, porque recentemente os sulamericanos tem ficado na semifinal...
Além dos jogadores e da comissão técnica, o trabalho realizado pelos dirigentes do Salgueiro também foi um ponto crucial para que o time sertanejo chegasse a mais uma final do estadual. O Carcará foi o único time do interior que pôde mandar seus jogos em casa, com as boas condições de jogo mantidas no Cornélio de Barros, que se nada de injusto ocorrer, vai abrigar a grande final do campeonato de 2017.
Extasiados pela passagem para a decisão, Clebel Cordeiro e Carlos André, gerente de futebol do time, deram entrevistas à Salgueiro FM. Um mais equilibrado e emocionado. O outro mais exaltado.
A emoção tomou conta de Clebel Cordeiro, que deu entrevista com a voz embargada. "A gente merecer esse jogo. Vai ser histórico. O último jogo do Pernambucano vai ser aqui. Tem que respeitar o Carcará", disse o ex-presidente e atual investidor do time.
Menos contido, o gerente de futebol Carlos André reclamou de desrespeito dos times da capital e disse que o Salgueiro agora é time grande. "Teve essa questão do nosso gramado, que reclamaram. O vice-presidente deles (Constantino Júnior) tava aqui medindo as traves, como se a gente alterasse alguma coisa. O Salgueiro é profissional. Tem que respeitar", desabafou.
Ainda em entrevista à rádio local, o dirigente projetou a decisão. "Quem vim de fora vai ter que respeitar, principalmente, nos nossos domínios. Temos jogadores que tem objetivos na vida, que querem um nível maior. O Salgueiro está preparado para ser campeão sim", afirmou Carlos André.
Potiguar abriu o placar e pode virar o primeiro capitão do interior a levantar a Taça...
Na ida, no Arruda, o Salgueiro foi assaltado de forma nada discreta. Hoje, com raça e vontade, o Carcará passou pelo Santa Cruz por 2x0, gols de Rodolfo Potiguar e Gian, e está pela segunda vez na história na final do Pernambucano. Dessa vez com outro time da capital: Sport ( que venceu a primeira por 3x2 ) ou Náutico.
Com estádio mais cheio que o normal, o Santa Cruz conseguiu levar o primeiro tempo como queria: no 0x0. Era tudo o que necessitava para chegar em mais uma final. Só não contava com a fúria do Carcará em campo. Com grande pressão da torcida e o recuo exagerado do tricolor da capital, o Salgueiro abriu o placar com Rodolfo Potiguar, aproveitando confusão dentro da área. Logo depois, após cobrança de falta, Gian ganhou duas vezes da marcação para fazer 2x0.
Placar que colocava o Salgueiro na final. E por quase 30 minutos, o Carcará esteve mais perto do 3º gol do que o Santa de diminuir. Até que no último lance o juiz deu uma falta inexistente e isso quase levava a partida para a disputa de penaltys. Mondragon fez a defesa e ai foi só comemorar. Em 2015 perdemos para o Santa... e em 2017? Agora é esperar e torcer... temos uma grande chance.
Neymar segue fazendo seus golaços e o time da CBF vai para mais uma Copa...
No texto anterior a este eu falei de como a CBF - Casa Bandida do Futebol - segue matando o futebol brasileiro depois do maior vexame da história do futebol mundial, não apenas das Copas. Sei que alguns talvez confundam o futebol brasileiro - com campeonatos deficitários, gramados horríveis e com clubes quebrados - com a "seleção", que eu chamo a muito tempo de time da CBF. São, acreditem, coisas diferentes. E a CBF só se preocupa em manter a Seleção em alta, os clubes que se explodam. Se nenhum deles ganhar nada em 20 anos, mas a Seleção seguir rendendo alto em amistosos para os cofres da entidade, tudo beleza.
Qualquer pessoa com o mínimo de capacidade classifica o Brasil para uma Copa. Se Dunga o fez, qualquer um fará. Vá lá que com Dunga a classificação aqui seria outra, mas alguém realmente acredita que estaríamos piores do que a Argentina hoje? Duvido, talvez empatados com ela. A diferença que Tite fez apenas mostra o quão errada e desastrada foi a resposta do então presidente da CBF, José Maria Marin, diante do descalabro do Mineiraço ( o inesquecível 7x1 ).
Tite não é mágico, mas tem feito coisas ótimas com o time. Discordo, acreditem, de Paulinho como titular e tenho meus motivos e não vejo Fagner como jogador para a lateral direita de uma seleção, mas negar que Tite mudou da água para o vinho não é possível, por mais anti-corinthiano que a pessoa seja. Ele fez o time de Dunga parecer uma equipe de várzea comparado com um Real Madrid da vida. E as peças, por mais incrível que pareça, são praticamente as mesmas. Mas o time comandado por Adenor funciona, joga bem e até dá espetáculo. E vence, que é sempre o mais importante é claro.
Vencer 8 partidas seguidas é um recorde. Praticamente não ter tomado gols é outro ainda mais importante feito deste time. Ter um Neymar deitando e rolando era o que todos queríamos, mas nunca tínhamos visto no time amarelo. Uma defesa sólida, com um meio campo eficiente ( acho que pode ficar melhor com troca de peças ) e um ataque que funciona. Dunga deve estar em tempo de quebrar a casa toda só de inveja, seu maior mal.
Aqui, contudo, começam os problemas. Ou podem começar. Em 2005 depois de um 4x1 na Argentina pela inútil Copa das Confederações, Parreira aceitou todo tipo de pressão para escalar jogadores farreiros e que não estavam nem ai para jogar bola. Em 2009 Dunga usou a mesma competição para fechar um grupo horroroso em detrimento do talento de Ganso e Neymar. Em 2013 como esquecer o mal que fez os 3x0 na Espanha, já decadente, no Maracanã antes da Copa? Não teremos Copa das Confederações este ano para jogar, mas espero que Tite e sua trupe não fechem o elenco antes da hora. Pois sempre aparece alguém jogando o fino da bola no ano da Copa e alguém que estava bem cai demais de rendimento.
Espero que, ao contrário de seus 3 antecessores, Tite não cometa este erro. E leve os melhores. Afinal, foi assim que ele conseguiu vencer 9 partidas em 9 que comandou o time da CBF. E agora já pode pensar em como montar a lista de 23 para tentar o Hexa na Rússia. Mas mesmo que o título venha, ele - nem nada - jamais apagará o 7x1, Porque este meus amigos, é eterno.
Imagem que jamais esqueceremos porque a CBF só pensa em si própria...
08 de Julho de 2014. Todo brasileiro, goste de futebol ou não, jamais esquecerá este dia. Se por ventura não associar o dia ao evento, sempre que citarem Alemanha à fatídica data ai não terá erro: a maior humilhação da história das Copas. Pior ainda, foi a maior de toda a história do futebol mundial. Nada jamais será pior do que sediar uma Copa e tomar 7x1 ( fora o baile ) numa semifinal. Jamais, nunca, em momento algum isso será superado.
Em um país sério, um resultado assim teria dado início a uma revolução. Dirigentes teriam vergonha na cara e saído dos seus cargos, planos teriam arquitetados e um deles teria sido posto em prática. Mas aqui é o Brasil e a resposta da CBF foi nomear Dunga(!!!) técnico da seleção, depois dele ter jogado fora uma Copa por teimosia e falta de conhecimento mínimo de futebol. Além disso, foi eleito para o cargo de Presidente Marco Polo Del Nero, apenas mais do mesmo. Um presidente que nem mesmo pode sair do país porque será preso pelo FBI!!!
Absurdo? Sim, claro. Mas diante do país onde um ex-presidente envolvido em toda sorte de corrupção é o líder das pesquisas presidenciais... voltemos ao futebol: como eu li no site Trivela o Brasil tem a CBF que merece. E eis que esta semana, veio o que eu chamo de a cereja no bolo: foi aprovado e posto em prática o novo Estatuto da CBF. Alguém desavisado pode achar isso bom, mas não é: ele apenas reforça o poder das inúteis Federações Estaduais e, claro, o da própria CBF. As Federações corriam o risco de perderem espaço com as exigências da Lei do Profut, que obrigava que os times da Série B - e não apenas os da Série A - tivessem direito a voto nas Assembleias da entidade. Como seriam 40 contra 27 Federações, caso quisessem poderiam escantear as Federações e tomarem o poder. Mas estamos no Brasil...
A CBF - Casa Bandida do Futebol segundo Juca Kfouri - com a inacreditável complacência dos Clubes, colocou que as Federações terão peso 3 em seus votos, com os clubes ficando com peso 2 e 1 respectivamente entre Série A e B. É surreal porque, mesmo somados os clubes terão menos votos ( 60 ) do que as Federações ( 81 ). Assim os mesmos se perpetuarão no poder e...
Não sei se o amigo percebeu, mas ano que vem tem Copa do Mundo e seguimos tendo jogos entre Fevereiro e Dezembro e... teremos que parar outra vez o campeonato durante a Copa. como tem sido desde muito tempo. Somos o único país a fazer isso dentre os grandes ( vá lá que a Argentina também, mas eles que se explodam não é mesmo? ). E quem serão os maiores prejudicados em 2018? Os Clubes, é claro. Mas até agora nenhum deles disse NADA. E nem vão dizer, infelizmente. Ah, como se fosse pouco, a CBF manteve a cláusula de barreira que impõe que quem deseje ser candidato consiga o apoio de 8 Federações e 5 Clubes, mesmo tendo mais Clubes do que... Federações!!!
Em suma: NADA mudou no futebol brasileiro depois do 7x1. NADA. E nem temos perspectivas de mudar. Nem mesmo outro - e agora improvável - 7x1 será capaz de fazer com as pessoas que cuidam(???) do nosso futebol saiam da inércia. Marco Polo Del Nero ( que ironicamente tem nome de um viajante muito famoso, além de um louco imperador romano ) não sai é de jeito nenhum mesmo... A CBF se preocupa é se a Seleção dá lucro e mesmo com o vexame segue quem pague para tê-la e vê-la.
Sou, e não é de hoje, um crítico das Federações Estaduais. E de todos os esportes, porque na prática só servem para atrasar os esportes, perpetuarem famílias no poder local e garantir poder aos mesmos em nível nacional. A Federação Pernambucana saiu das mãos da família Oliveira apenas porque Carlos Alberto morreu antes de passar o poder para outro parente. O presidente da de Santa Catarina ( Delfim Peixoto ) só saiu do poder após quase 40 anos porque morreu na queda do voo da Chapecoense. Enfim, está claro que inexiste rotatividade no poder nelas...
As Federações ganham dinheiro sem fazer em prol do futebol. Criam taxas, punem clubes e recebem grana da CBF para que, no fim de tudo, elejam pessoas com Marco Polo Del Nero ( este ex-presidente da Federação Paulista ). E de bom nada fazem. E quando fazem é para prejudicar, jamais para ajudar. Em 2002 as Federações mataram as competições regionais, as Copas como a do Nordeste. Tudo porque viram aquele movimento como uma ameaça, porque lhes tiraria poder e influência. Com o apoio do então Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, conseguiram enterrar todas as competições. Acontece que a do Nordeste era uma Liga e não um adendo permitido pela CBF e entrou na Justiça. E venceu depois de 10 anos, obrigando a CBF à um acordo, que as Federações da Região tentam - a todo custo - estragar.
Os dois Clubes querem um valor maior, mas bem maior do que oferecido a FPF pela Globo. Sem assinar contrato com a Emissora, os dois clubes entendem que estão livres para fazerem seus próprios contratos ou, como queriam fazer hoje, realizar a própria transmissão, via Youtube. E porque a Globo, via FPF, fez de tudo para proibir? Simples: se der certo, mais Clubes vão querer transmitir seus jogos via Youtube e, muito em breve, perceberão que não precisam de uma Globo e de um Federação para transmitir suas partidas. Fossem mesmo defensoras dos clubes como deveriam ser, as Federações jamais ficariam contra. Mas estamos no Brasil, não convém jamais esquecer disso...
Por isso é que ao invés de ficar ao lado de seus filiados, a Federação ficou do lado da Globo, que como não poderia transmitir pela falta de contrato, tratou de impedir que a transmissão da partida acontecesse. Aqui cabe citar que, agindo assim, a Globo também faz o errado, porque chama para si a ira das duas maiores torcidas do Paraná e, de quebra, de vários outros torcedores do Brasil inteiro. Com o que aconteceu hoje, poderemos ter um divisor de águas e vermos o fim do poder das Federações.
Se isso tiver servido, ao menos, para que as Federações deixem tocar o terror nos Clubes, já terá válido muito a pena. Atlético e Coritiba podem ter reinventado a roda. E isso é excelente... em todos os sentidos possíveis.
O Prefeito Clebel Cordeiro concedeu entrevista ontem na Salgueiro FM aos locutores Paulo Barbosa e Jeane Cardoso pela manhã. Falou sobre como será seu Governo que inicia-se na segunda, falou sobre como deu-se a escolha do Secretariado e de como irá encarar os desafios de Governar Salgueiro, cidade mais importante de toda uma região. Respondeu a todos os questionamentos, mas para a comunidade esportiva de Salgueiro foi o aceno positivo a uma sugestão minha, o ponto alto da entrevista: homenagear o Comentarista Maurício Alencar colocando seu nome nas Cabines de Rádio do Estádio Cornélio de Barros.
Conhecia Maurício Alencar de vista, quando ele comandava a Rádio Asa Branca. Por questões meramente políticas não me permitia ver o grande ser humano que ele era. Ele de um lado e eu de outro travamos embates em diversas eleições. Só em 2006 é que pude conhecê-lo de verdade, quando atuamos juntos - por mais de 6 anos, na Salgueiro FM. Ele de Comentarista e eu de Repórter, mas tendo a honra de substitui-lo sempre que o mesmo não podia viajar ou não comparecer no Salgueirão. Quando, em 2008, ele foi candidato a Vereador fiz quase toda a Série C daquele ano - a primeira do Salgueiro - ocupando o posto dele.
Acompanhei triste a piora do seu quadro de saúde. Era penoso vê-lo comentar, já com a voz fraca e com muitas dificuldades ele seguiu até foi possível comentando jogos e indo a Resenha. A sua morte foi uma daquelas perdas dolorosas que atingiu a todos. Ficou sem exemplo de companheirismo, sua capacidade de intermediar embates, sua generosidade de ensinar e aprender com os amigos.
Por isso fiz a proposição e o Prefeito Clebel teve a sensibilidade - que faltou a muito gente que poderia ter feito isso quando do falecimento de Maurício - de atender e concordar com a sugestão. A Homenagem é mais do que justa, é quase obrigatória. Maurício Alencar era mais do que um excelente comentarista, era um excelente homem, pai, marido, amigo, colega...
Ansioso para o dia em que colaremos o nome dele no lugar onde ele mais se sentia a vontade.
Trago agora uma lista as maiores tragédias aéreas envolvendo equipes esportivas:
4 de Maio de 1949. Avião da Alitalia, que trazia de volta para casa o time do Tonino de Lisboa, com escala em Barcelona, colide contra a Basílica de Superga e mata todos a bordo. As condições visibilidade eram ruins com uma forte neblina. Como na época ainda não existia Caixa Preta ( que na verdade é Laranja ), apenas especulações a respeito das causas existem. O Torino, penta-campeão italiano era a base da Squadra Azzura, que desfalcada de 8 jogadores fez papelão no Brasil um ano depois. Além disso, durante oito a Seleção - e a maioria dos times italianos - não voaram. Usavam apenas trem e navios com trauma do ocorrido.
6 de Fevereiro de 1958. O jovem e fantástico time do Manchester United voltava de uma partida pela Copa do Campeões em Belgrado contra o Estrela Vermelha, quando fez uma escala em Munique. As condições também era adversas: a neve. Depois de duas tentativas de decolar, na terceira veio a tragédia: o avião não consegue levantar voo e colide com o fim da pista. Saldo de 23 mortos e 19 feridos. Bobby Charlton receberia a extrema-unção duas vezes mas sobreviveria para vencer a Copa em 1966. Ele próprio diz que o colega Duncan Edwards seria melhor do que ele.
26 de Setembro de 1969. Time boliviano do The Strongest desaparece em acidente aéreo, quando a Aeronave em que viajavam colidiu com uma Serra. Ao todo 74 pessoas morreram.
13 de Outubro de 1972. Um avião da Força Aérea do Uruguai cai em cima da Cordilheira dos Andes matando ( na hora ou nas semanas seguintes ) 29 pessoas. Os passageiros eram um time de Rugby e seus familiares. Após não acharem os destroços, as buscas foram interrompidas e os sobreviventes ficaram sem suprimentos. A única opção era morrer de fome ou se alimentar dos falecidos. Fizeram a segunda opção e depois de mais de 02 meses do acidente, Nando Parrado e Roberto Cañeza andaram mais de 60km pelas gélidas montanhas, acharam um pastor de ovelhas e foram salvos junto com seu companheiros. Essa história virou livro e posteriormente um filme.
08 de Dezembro de 1987. Avião com o time do Alianza Lima, do Perú, cai no Oceano, matando todos a bordo, exceto o piloto. A equipe voltava de uma partida na cidade de Pucallpa onde derrotara o Deportivo por 1x0. Após a tragédia o time recorreu a ídolos aposentados ( Cubillas como jogador e técnico ) e a alguns jogadores oferecidos por equipes sulamericanas, nenhuma Peruana. O time liderava o campeonato, mas ao fim perdeu para o Universitário.
O avião da Companhia Lamia, da Bolívia, que transportava a Delegação da Chapecoense que jogaria amanhã a primeira partida da Final da Copa Sulamericana, caiu 30km antes de Medellin. Estavam no Aeronave 72 passageiros e 9 tripulantes, pouco antes da 01:00 horário de Brasília. A aeronave teria sofrido uma pena elétrica e o Comandante tentou um pouso de emergência, tanto que descartou o combustível antes.
A CBF cancelou a final da Copa do Brasil, marcada para amanhã entre Grêmio e Atlético-MG. A Comenbol fez o mesmo como a Final da Copa Sulamericana. Clubes do Brasil e de todo o mundo já emitiram nota de pesar. A foto deste post é uma singela homenagem do Santos FC aos jogadores, torcedores e jornalistas que morreram.
Durante o dia farei outro post atualizando as informações sobre esta terrível tragédia que se abateu sobre o Brasil e mais cruelmente com a cidade de Chapecó... Atualização 1: Infelizmente o Goleiro Danilo não resistiu aos ferimentos e faleceu a pouco. A tragédia não para.
O futebol brasileiro padece de um mal que é comum em todos os assuntos de nosso cotidiano: todos querem levar vantagem. Erradamente atribuída ao grande canhotinha de ouro, Gerson de Oliveira Nunes, que é conhecida com a "Lei de Gerson". Segundo tal lei "brasileiro e gosto de levar vantagem em tudo".
Pois bem, no fim de 2014 diversos Clubes de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul começaram conversas para ressuscitarem a Copa Sul-Minas. Deram até um nome interessante de Primeira Liga. Seriam 12 clubes e tudo parecia bem encaminhado para uma disputa em 2016. Até que uma briga de Flamengo e Fluminense com a Federação ( sempre elas, inúteis e que atrasam nosso esporte ) Carioca fez com os dois times quisessem entrar na competição. E o que poderia ser uma ótima notícia, que poderia gerar mais receita, virou um problema.
O Flamengo acha, ao lado do Corinthians, que tem o dom divino de ganhar mais do que todos. Que possui a maior torcida ninguém discute, mas isso não pode fazer com que ele ganhe SEMPRE mais que os outros. E isso, mais dia menos dia, iria causar revolta nos times. Em 2011, com o apoio de Andrez Sanches, o Clube dos 13 foi implodido e o Flamengo passou a ganhar a maior cota, superior ao do segundo colocado em mais de 50 milhões. Atualmente essa diferença é de assustadores 60 milhões. Mas para os times que recebem menos a diferença é de 150 milhões.
A primeira edição saiu do papel com apenas 5 datas e o Fluminense foi o campeão, derrotando o Atlético-PR em partida única. Durante o ano de 2016 a Liga assinou um contrato de 69 milhões com a Globo ( outra que só sabe atrapalhar o futebol ), que previa quatro faixas de distribuição dos recursos, uma só para o Flamengo que - obviamente - receberia mais do que os outros 15 membros da Liga. Isso sem falar que por pressão dos Clubes, a Direção da Liga preferiu não fazer licitação com regras e com isso o Esporte Interativo saiu da disputa. Com essa medida os Clubes, que coisa, aceitaram receber menos para ficar com a Globo e assim conseguirem ( idiotas ) vantagens em outras negociações com a Emissora da Família Marinho. "Santa, Burrice", diria o Robin...
Com isso a dupla Atle-Tiba deixou a Primeira Liga, por não concordarem com isso. Eu louvo a decisão da dupla, porque sem eles a competição perde e, por tabela, Globo e o Flamengo. Também é preciso dizer que a gênese do grupo era ser uma força contra o poder da CBF e assim pressionar por melhorias para os Clubes. E isso foi deixado de lado porque o câncer da Globo entrou no meio e com ela a "proteção" ao Flamengo. Os outros Clubes, por enquanto infelizmente se calaram. Preferem receber menos, mas receber.
Outras deserções ainda são esperadas, como a do Atlético-MG que diz não ter datas para jogar a competição, que de quebra ainda nem foi reconhecida pela CBF. E o que no começo poderia ser um alento para o sofrido futebol brasileiro, virou mais do mesmo. Tudo porque tem time, com o lamentável respaldo de uma emissora, que acha que tem que levar vantagem sobre todos. Mesmo que isso acabe com o futebol brasileiro, como tem acontecido ano após anos.
Tite vive um momento melhor, mas sabe do tamanho do desafio...
Bauza já está na corda bamba, mas tem Messi...
Brasil e Argentina é considerado um dos maiores clássicos do mundo, embora a maior rivalidade ainda seja entre uruguaios e argentinos. Toda vez que os dois times entram em campo estão representados dois países que, mesmo com menos força, se opõem aos europeus ( uma vez que o Uruguai não ganha faz tempo ).
Hoje no Mineirão, na volta ao palco do 7x1, o time da CBF pode dar uma bela enterrada no time da AFA. Eles estão em sexto lugar e uma derrota deve instalar - de ver - o desespero por lá. Além de nos garantir a honraria de jamais termos ficado fora de uma Copa do Mundo. Ainda faltariam muitos jogos até o fim, mas o direito de errar desapareceria no time argentino enquanto que o nosso teria que errar além do nível convencional para ficar de fora do torneio da Rússia em 2018.
Time por time, tenho que admitir que quem possui nomes como Mascherano. Messi, Aguero e Di Maria é forte, mas como grupo o time de Tite é bem melhor do que de Bauza. Mas isso não nos garante a vitória, com certeza. Neymar e Coutinho vivem ótimas fases em seus clubes, nossa defesa é forte e o coadjuvantes possuem valor, exceto Paulinho que inexplicavelmente deverá titular.
No mais é assistir a este grande jogo, que mesmo sem o glamour de tempos recentes, ainda vale a pena abrir de outros compromissos para assisti-lo. É o que farei, com certeza. Mas pelo Sportv, porque simplesmente não é possível vê-lo pela Globo com o Babão Bueno.
Não comece uma conversa com meu Pai sobre futebol e diga que o melhor time campeão de Copas não seja o de 1970. Nem ouse dizer que Carlos Alberto Torres não seja o melhor jogador dentre aqueles que tiveram a honra de levantar uma Copa com a Camisa Amarelinha. Vai ouvir poucas e boas...
Fiz diversas vezes esse comentário em minha vida. Muito antes de termos canais por assinatura e internet, era através de nossos pais que conseguíamos informações. Não por outro motivo a taxa de filhos que torcem pelo time do pai é maior entre os que tem mais de 35 anos do que entre os mais jovens. E a tendência é, infelizmente piorar. Antes de poder ver pela primeira vez o tape da final da Copa de 1970 ( o que só aconteceu às vésperas do Tetra nos EUA ), era com Zé Vieira que eu buscava informações. Sabia a escalação completa daquele time, das histórias de bastidores, da saída de Saldanha e a entrada de Zagallo, de como Dirceu Lopes ficou de fora, de como Edu perdeu a vaga para Rivelino. Tudo dentro de casa, com o olhar de um santista, o que também sou.
Hoje, perto do meio dia, veio a falecer o homem que meu pai só admira menos do que Gérson e Pelé: o Capita. Sim, Carlos Alberto Torres faleceu hoje aos 72 anos, vítima de um infarto. Para os mais jovens perdemos apenas um campeão de 1970, mas eu sei desde cedo que Carlo Alberto Torres ( assim como Paulo Roberto Falcão, um dos pouquíssimos jogadores da história a tornarem-se famosos pelo nome completo ) o papel dele naquele time. E ele vai além de ser o Capitão, muito mais do que isso. Ele era quase o ponta direita daquele time, pois Jairzinho usava o 7 apenas porque não podiam ter 5 pessoas com a camisa 10 ( Tostão, Rivelino e Gersón também mudaram de número porque... bom, porque a 10 era DELE ). Carlos Alberto fez algo que poucos sabem, mas foi mais importante para o Tri do que seu golaço na final contra a Itália.
Segunda partida da Copa era contra a Inglaterra, então campeã do Mundo. E apesar de todas as dúvidas sobre a credibilidade daquela conquista, era um timaço, com Banks, Bobby Moore e Jack Charlton. Mas tinha um ponta direito maldoso e desleal: Lee. Antes que Gordon Banks ficasse imortalizado com aquela que até hoje é considerada a maior defesa de todos os tempos ( das Copas com certeza é ), Félíx Miélli Venerando fizera o milagre da partida. Em uma defesa arrojada em dois tempos, evitou o gol do próprio Lee, que ao tentar aproveitar o rebote atingiu de forma dura o goleiro brasileiro. Confusão e cartão amarelo para Lee, como vemos na imagem abaixo:
Carlos Alberto jurando Lee... o ponta nem deu atenção. Logo se arrependeria disso...
Pelé, Brito, Clodoaldo e Rivelino queriam quebrar Lee de qualquer, mas o Capita disse: "deixem comigo, o árbitro jamais irá me expulsar". E de fato, pouco tempo depois, Carlos Alberto deixou a lateral e deu uma entrada pra quebrar no desleal Lee. O resultado da jogada, pode-se ver aqui no vídeo abaixo, a partir de 1:42 minutos, na inesquecível voz de Geraldo José de Almeida:
E de fato Carlos Alberto Torres não foi expulso. E Lee sumiu depois da entrada. E no segundo tempo... bom, todos lembram da mítica jogada em que Jairzinho finalmente venceu a barreira Banks e o Brasil fez 1x0. Ainda teríamos mais 3 partidas até a final - todas com vitórias - e na final... bom, todos também lembram do golaço feito por Carlos Alberto Torres, finalizando uma jogada iniciada com uma sequência de dribles de Clodoaldo, esticada de Rivelino para Jairzinho, que corta pro meio e toca para Pelé ( que poderia ter feito o gol caso quisesse ), Tostão aponta desesperadamente para o Rei, que rola com carinho para o Capitão fuzilar Albertosi e decretar o maior placar de uma final de Copas. Para quem por ventura não conhecer o lance, aqui um vídeo com narração da época ( creio ser Jorge Cury ):
Além de tudo isso, Carlos Alberto Torres ainda é, apenas, o melhor lateral direito de todos os tempos. E isso tendo jogado apenas uma única Copa do Mundo. Mas a fez no seu esplendor técnico, físico, tático e mental. Hoje eu lamento a perda de um ídolo da minha que nunca vi jogar, mas que desde muito cedo aprendi a respeitar pela fala do meu pai. Que assim como 90 milhões entraram em ação com aquele timaço e choraram ao ver Carlos Alberto Torres erguer em definitivo a Jules Rimet.
O Brasil fica órfão do seu mais talentoso Capitão. E eu choro por isso. Quem gostar de futebol, idem.
Carlos Alberto, Bellini e Mauro Ramos. Os três primeiros capitães campeões do Brasil...
O meu tempo tem sido cada vez mais exíguo e por isso fiquei devendo alguns textos sobre em quais esportes temos mais ou menos chances de medalhas. Por isso irei listar algumas modalidades que já começam a distribuir medalhas a partir deste sábado, algumas logo cedo.
Judô - Modalidade com maior número de medalhas no total para o Brasil, mas que vive um incomodo jejum: desde 1992 com Rogério Sampaio que nenhum homem consegue subir no ponto mais alto. Desde então, em todas as edições sempre tivemos boas participações, mas o ouro não veio. Em Londres quebramos a escrita da equipe como um todo, com o inédito Ouro de Sarah Menezes. A pequena piauiense tornou-se uma das melhores judocas do mundo e é favorita para o bi campeonato, inédito. Outros judocas tem boas chances, mas alguns pegaram chaves pesadas. A expectativa é de que entre os 14 atletas ( apenas França e Japão terão atletas em todas as 7 categorias ) consigamos um máximo de 6 medalhas.
Futebol - As meninas capitaneadas por Marta já foram mais favoritas e talvez tenham perdido o momento para serem campeãs. Agora vivem a última chance por causa de jogarem em casa. Devem conseguir chegar nas semifinais e a partir daí terão que se superar. Entre os homens o empate de ontem contra a frágil África do Sul deixa um enorme ponto de interrogação, mas o time tem qualidades para chegar a decisão. Que desta vez não termine - seria a quarta - em prata.
Ginástica Artística - Desde 2000, com Danielly Hipólito, que o Brasil vivia a expectativa de uma medalha. Depois veio Dayane dos Santos ( Athenas 2004 ), Diego Hipolito ( Pequim 2008 ) mas ela só viria com um atleta que chegara totalmente desconhecido aos jogos: Arthur Zanetti, nas Argolas e seu inesquecível ouro em Londres 2012. Agora temos, além do próprio Zanetti, Sérgio Sasaki, o interminável Diego Hipólito, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade podendo - com a série certa - conquistar medalhas. Zanetti é candidato ao Ouro e os outros podem, no máximo, beliscar um ou dois bronzes. Mesmo assim seria um feito espetacular. Vela - Robert Scheidt é o Pelé da Vela. Não existe forma melhor de explicar para os leigos o que ele representa para o esporte. 10 vezes campeão mundial na Classe Laser, ele tenta voltar aos grandes dias, vividos nos anos 90 e início dos 2000. Não é favorito ao Ouro, mas sabem como é, ele é craque. Além dele temos a filha do multimedalhista Torben Grael ( e, lógico, sobrinha de Lars Grael ) Martine e sua colega Kahena Kunze são favoritas na Classe 49er. Elas foram campeãs mundiais em 2014 e eleitas as melhores de todo o esporte no mesmo ano. Não é pouco. Além disso, Martine pode se tornar a primeira filha de um medalhista a repetir o feito do pai. Ainda na briga temos Fernanda Oliveira ( bronze em 2008, a primeira de uma mulher na Vela ) e Ana Luiza Barbachan com boas chances na 470. Com chances menores, na Finn tem Jorge Zarif.