domingo, abril 3

Tostão, um craque dentro e fora dos gramados, crava: É hora de trocar de técnico

Tostão em três fases sempre sendo brilhante.
Cresci ouvindo maravilhas sobre a Seleção de 1970. E que ninguém ouse dizer a meu pai que a de 82 foi melhor, porque vai comprar uma grande briga. Ele tem um prazer incrível de falar sobre aquele timaço, de como Gérson fazia o que queria com sua perna esquerda, das arrancadas de Jairzinho, da genialidade de Pelé, do toque refinado de Rivelino, da abnegação de Brito, da classe de Carlos Alberto... e de Tostão. 

Meu pai, muitos sabem, é um semi analfabeto mas no futebol ele sabe muito. Herdei isso dele - o gosto pelo futebol de qualidade - e o fato de ser Santista. E, claro, a admiração por aquele time que ficou com a posse definitiva da Jules Rimet. E um daqueles onze craques imortais teve uma carreira, infelizmente, mais curta: Eduardo Gonçalves, o Tostão. Ídolo maior da maior da história do Cruzeiro ( que era um antes dele e ficou sendo outro depois dele ). Ele que usou a 9 naquela Copa sem jamais ter sido atacante mas que, graças a sua incomparável técnica, fez um papel primoroso naquela Copa. 

Tostao foi obrigado a para cedo, em 1972 quando atuava pelo Vasco da Gama, por causa de um problema na visao que quase lhe custou a vaga na Copa do México. Formou-se em Medicina e ficou fora do mundo da bola por mais de 15 anos. Voltou apenas nos anos 90, no timaço de comentarista da Bandeirantes comandada por Luciano do Valle, ao lado de 2 companheiros de Copa: Gérson e Rivelino. Depois migrou para a ESPN e após para os jornais. Na Folha edita uma concorrida e aguardada coluna. A de hoje, claro, é primorosa.

Com o título "É hora de trocar de técnico", Tostão mostra em detalhes e com ironias únicas, porque Dunga precisa deixar o comando(??) técnico da Seleção. Tostão, que com certeza nem seria convocado por Dunga, mostra de forma serena porque o "invocado" deve cair e, principalmente, porque Tite é quem deve assumir.

Fera como jogador no clube e na seleção e mais fera ainda como cronista. Este é o Eduardo, ou apenas Tostão. E que nunca ousem dizer a meu pai que Tostão está errado em suas opiniões. Se o fizer vai ouvir o que nunca pensou que um dia ouviria na vida...


Tostão comemora o 4º gol na final de 70, marcado por Carlos Alberto, já atrás do gol... um tal de Pelé ao fundo.

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