segunda-feira, junho 15

Uma pequena homenagem a um ídolo que não conheci, nem vi jogar, mas que me fez ser santista...

Essa dupla tem mais conquistas juntos que a maioria dos times do Brasil possuem...
Tenho 41 anos, completados no último mês de Março. Por tabela, não tive o prazer de acompanhar Pelé em campo. Ele, que é inegavelmente, o atleta do Século XX, é o maior ídolo da história do Santos, time que amo ( paixão herdada do meu velho pai ). Contesta-se ele em todos cantos do Brasil - e agora até do mundo - mas em Santos é Pelé e só Pelé. Ninguém vai superar o "gasolina". Mas existia um jogador que mandava no time inteiro. E isso incluía o próprio Rei do Futebol.

José de Eli de Miranda representa, acreditem, o Santos mais do que Pelé. Ele chegou em 1952 e ficou até 1967. Mas dito assim, poucos devem conectar o nome ao sua carreira, mas se falarmos seu apelido ( Zito ), ai tudo muda. Ele venceu 2 Copas ( e um dos raros volantes a marcar gol em final, no Chile em 1962 ). Também teve a Glória com o Santos e foi o capitão sem braçadeira por vários anos. Inicialmente era apenas um volante, depois virou o xerife do time, mas até 1957 o era de um time comum. Quando o jovem Gasolina chegou, ai o time virou a máquina que todos conhecemos. Mas Zito já era o comandante do time, o cara que sempre  exigia mais dos companheiros, não porque queria ser o chato, mas por saber que eles podiam fazer mais.

Zito também exigia respeito aos adversários. E sabem como ele cobrava isso dos companheiros quando a partida terminava o primeiro tempo com o placar em 3x0/4x0? Exigindo que o time dobrasse o placar, jogando no ataque com o mesmo afinco como se o placar estivesse 0x0. Com Zito ninguém chiava, nem o Rei. Era ele quem negociava prêmios com a Diretoria e até se aposentar, deixando o jovem Clodoaldo em seu lugar, ele era um verdadeiro líder.  Jogou 3 Copas ( não entrou em campo no fiasco de 1966 ) e é uma verdadeira lenda também com a camisa da seleção.

Sempre ligado ao Santos, foi Diretor e Treinador das Divisões de Base do time. Comandou a busca por jogadores e foi um dos responsáveis diretos pela vinda e permanência de Neymar no peixe. Também atuou como Comentarista. Mas antes de ser um líder e xerife, ele foi um grande jogador. Com técnica apurada para a posição, com bom passe e um senso de posicionamento sensacional.

Uma passagem que vi agora sobre o Zito já veterano, em 2005 no jogo de despedida de Robinho do Santos: o ídolo de 21 anos passa por Zito, que conversava com Dino Sani ( companheiro de Zito na conquista da Copa em 1958 ). Como Robinho nem deu atenção ao senhor ali presente, Zito o chama e diz para cumprimentá-lo. Sem saber quem era, Robinho perguntou a Zito sobre o velhinho ali. Zito, com a mesma forma que dava pito em Pelé, disse: "Ele é uma coisa que você não sei se vai ser algum dia, um 'campeão do mundo".

Zito deixa um vazio imenso na nação Santista. Muitos no Brasil também sentiram e no Mundo também. Mas o que mais me importa é que ele foi um dos pilares do time que encantou o mundo e, sobretudo, a meu pai. E foi graças as histórias daquele mítico Santos que meu pai viu in loco nos anos 60 que me tornaram um santista convicto. Graças ao que fez, dentro de campo, José Eli de Miranda. Que muitos conhecem apenas como Zito.

Vá em paz.

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