Senna nos deixou há 23 anos atrás... |
A geração atual talvez não entenda, mas os domingos para a minha geração ( e para duas anteriores a minha ) era sagrada: assistir a Fórmula 1 e torcer pelos brasileiros. Muito criança ainda eu já sabia quem era Emerson Fittipaldi, na época correndo pela própria equipe, a Copersucar. Lembro de meus pais criticando-o porque o carro era ruim e como ele não conseguia mais vencer. Acompanhei o surgimento de Nelson Piquet Souto Maior, um fenômeno que assombraria o mundo com 3 campeonatos mundiais e vitórias na pura "malandragem" com sua Brabham branca e azul ( e mais um pela Williams amarela e azul ). Mas eu era criança ainda, com menos de 10 anos de idade... mas o ritual era certo em 16 domingos por ano.
Em 1984 eu completei 10 anos e fiquei sabendo que um novato iria entrar na F1. Seu nome? Ayrton Senna da Silva. Hoje em dia todos sabem com antecedência quem são os pilotos e quais suas credenciais via Youtube, Facebook e programas esportivos. Naquela época, Senna era exatamente um total desconhecido, pois a TV Fechada só chegaria aqui 10 anos depois. Ele correria pela modestíssima Toleman, depois de ter as portas fechadas na Brabham e na Williams. Em sua quarta corrida ele assombraria o mundo debaixo de chuva nas apertadas ruas de Mônaco. Abaixo um resumo do que aconteceu naquele mítico dia:
Nos 3 anos seguintes ele correu de Lotus, sendo duas vezes 4º colocado no campeonato e 3º em 1987, com a Lotus Amarela. Até ir para a McLaren e virar mito. Foram 3 campeonatos em 4 anos, além de 2 vices. Ganhou a imensa maioria de suas 41 vitórias e 63 poles. Em 1994 foi finalmente correr na Williams, equipe pela qual andou pela primeira vez em um F1, num teste na pista de Donnington Park.
O resto da história a partir daqui, todos sabem. Em um final de semana trágico ( com o acidente de Barrichello na sexta e a morte de Roland Ratzenberger no sábado ), ele passou reto na Tamburello e morreu. E os domingos de manhã perderam a graça, porque ele não mais estaria lá. E os outros brasileiros que vieram no máximo conseguiram vice campeonatos ou algum brilhareco momentâneo. Nada que chegasse ao que o trio Fittipaldi/Pique/Senna conseguira em menos de 20 anos. Passados 23 de sua morte, a F1 hoje em dia padece de grandes nomes, tendo apenas pilotos "padrão", nada de anormal.
Desde aquele 1º de Maio tudo ficou triste, sem graça, perdido no tempo. Ainda espero que ele contorne aquela curva ou se levante do carro após o acidente. E seguirei esperando enquanto eu viver...
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