Raramente um time vence sendo o melhor da competição em torneios de tiro curto, porque não é apenas ser o melhor time de todos, mas o melhor naqueles 30 dias. E encarando o time da casa, que só chegou onde chegou porque praticamente por ter a facilidade de atuar praticamente todos em casa. Mas conquista da Itália é imensa. E reforça demais uma Azzura em reconstrução após atingir o fundo do poço.
A Itália viveu de espaçadas façanhas, como a Copa de 82 onde foi totalmente desacreditada e eliminou a melhor seleção em partida onde foi melhor, por mais que não admitam isso. Na sequência fez uma Copa opaca no México e foi a primeira grande a não disputar uma final em casa em 1990. Vivia má fá em 1994 mas a grandeza de Baggio a levou até a final, com um tanto de sorte e drama. Em 1998 outra Copa sem brilho, assim como em 2002. Viveu o auge em 2006, contando claro com a cabeçada de Zidane. E só. Parou no tempo...
Ficou na primeira fase em 2010 sem sequer vencer uma partida e em 2014 caiu no grupo da morte, mas perdendo a vaga para Costa Rica, não para Uruguai ou Inglaterra. Neste meio tempo ainda decidiu a Euro 2002 e a de 2012: tomou um sofrido gol de Ouro e uma goleada de 4x0. Vivia dias ruins, mas a camisa pesava.
Para 2018 o grupo das Eliminatórias era pesado e terminou atrás da Espanha, como esperado. E foi pela primeira para a repescagem e pegou uma Suécia mordida. E ficou pelo caminho, falhando uma Copa pela primeira vez em 60 anos. Era o fundo do poço. E era preciso fazer algo. E fizeram...
Diferente do Brasil que nada fez após o 7x1, a Federação Italiana resolveu atuar em duas frentes: montar um Comissão Técnica sólida e reformular o futebol de base. Também foram atrás de naturalizar mais jogadores, tanto que nesta equipe campeã existem 3 brasileiros: Jorginho, Rafael Tolói e Emerson Palmieri. Não esperavam que colhessem resultados tão cedo, pensavam em 2026. Mas Mancini e sua equipe ( todos na imagem abaixo ) conseguiram o que parecia impossível.
Roberto Mancini foi craque. Venceu o Scudetto duas vezes por times aleatórios ( Sampdória e Lázio ), ganhou 6 Copas da Itália e era como um técnico em campo. Vialli foi um dos melhores 9 de sua era, Evani era um batalhador incrível e Oriale trouxe a experiência. Deu liga e com um elenco onde não existe um craque incontestável, mas o nível é todo alto. Joga bola, tem qualidade e um plano claro de jogo. E tem como evoluir. Esta equipe, fatalmente, dará trabalho no Catar. Serão campeões? Não tenho bola de Cristal, mas não duvidaria. Esta equipe é boa e joga pra frente.
O jogo em si ficou a percepção de que Inglaterra não soube o que fazer com o gol aos 2 minutos. Praticamente não jogou durante os 120 minutos. Abdicou de buscar com ênfase o segundo gol e pagou caro por isso. Parece não ter se preparado para jogar com a vantagem, Do outro lado vimos uma Itália correndo, marcando, criando e não desistindo em momento algum. Se alguém mereceu vencer no tempo normal, foi a Itália, assim como na prorrogação.
A Euro termina e também temos com o que nos preocupar para a Copa do ano que vem, porque foram vários times que mostraram bom volume e qualidade que raramente vemos em nossa Seleção. Mas por hora, olhemos para Roma, capital do Futebol até o fim da Dezembro do ano que vem, e quem sabe, até mesmo depois. O tempo dirá...
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