O que seria do Brasil sem a coragem deste homem? |
Porque falar isso? Porque votei nele e não no Lula? Não exatamente, mas sim porque ontem oficialmente comemorou-se os 20 anos da lançamento do Plano. Embora diversas medidas estruturadoras tenham sido tomadas quase um ano antes da foto acima, foi no dia 25 de Fevereiro que tudo se tornou mais claro. A época FHC já era mais do que certo como candidato do PSDB a presidência, e nem poderia ser diferente. Mas isso para mim já era irrelevante. Mas para o PT, não...
O Plano foi implantado e o Brasil nunca mais soube o que é hiper, mega, super ou qualquer outra coisa acima de inflação, contra a vontade do PT que foi até o Supremo contra o Plano. Fomos, neste ponto, alçados ao grupo das nações de primeiro mundo, onde inflação existe, mas raramente ela passa dos 2 dígitos. É claro que chegamos a passar disso ( o máximo foi de 22%, ainda no Governo de FHC ), mas ficou no passado o tempo em que a inflação anual era de, acreditem nisso jovens, de 5000% ao ano!!! Uma vez na presidência FHC cometeu erros, como todo Governante. A emenda da re-eleição, pra mim, foi o maior deles. Por isso não votei nele em 98, quando escolhi votar em Ciro Gomes. Tivemos as privatizações, a desvalorização do real em 99... foram erros que o passado condena.
Por falar em passado... pois é passado é o campo de trabalho da história e para os que não sabem eu sou formado nesta matéria. E dou valor ao passado. Como forma de provar isso, aqui vão algumas frases de uns personagens históricos, dando suas opiniões sobre o Plano Real, na época de seu lançamento. Que deixa claro que FHC teve muita coragem ao lançá-lo. E que alguns, hoje, se envergonham do que disseram. Ou deveriam...
- Lula ( adversário de FHC em 94 e presidente entre 2003/2010 ) - “Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições”. (Estado de S. Paulo 15.01.94) - “O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O Estado de S. Paulo, 6.7.94).
- Guido Mantega ( atual Ministro da Fazenda )- “Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber porque essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa.” (Folha de S. Paulo – 16 de agosto de 1994)
- Marco Aurélio Garcia ( Assessora especial da Presidência entre 2003/2010 )- “O Plano Real é como um “relógio Rolex, destes que se compra no Paraguai e têm corda para um dia só (…) a corda poderá durar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno das eleições, ou talvez, se houver segundo turno, até novembro”. (O Estado de S. Paulo, 7.7.94)
- Gilberto Carvalho ( Ministro desde 2003 )- “Não é possível que os brasileiros se deixem enganar por esse golpe viciado que as elites aplicam, na forma de um novo plano econômico”(O Milagre do Real/ Neuto Fausto De Conto)
- Aloizio Mercadante ( Ministro da Casa Civil e da Educação ) - “O Plano Real não vai superar a crise do país (…) O PT não aderiu ao plano por profundas discordâncias com a concepção neoliberal que o inspira” (do livro “O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto)
- Vicentinho, atual líder do PT na Câmara dos deputados - “O Plano Real só traz mais arrocho salarial e desemprego” (O Milagre do Real)
- Maria da Conceição Tavares - “O plano real foi feito para os que têm a riqueza do País, especialmente o sistema financeiro” (Jornal da Tarde, 2.3.94)
- Paul Singer ( Porta-Voz da Presidência no Governo Lula ) - “Haverá inflação em reais, mesmo que o equilíbrio fiscal esteja assegurado, simplesmente porque as disputas distributivas entre setores empresariais, basicamente sobre juros embutidos em preços pagos a prazo, transmitirão pressões inflacionárias da moeda velha à nova.” (Jornal do Brasil – 11.3.94) - “O Plano Real é um arrocho salarial imenso, uma perda sensível do poder aquisitivo de quem vive do próprio trabalho”. (Folha de S. Paulo, 24.7.94)
- Gilberto Dimenstein ( Jornalista ) - “O Plano Real não passa de um remendo” (Folha de São Paulo, 31 de julho de 1994 ).
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