O que terá passado pela cabeça dele? |
Tudo o que um menino que sonha com a F1 quer um dia é ser campeão mundial. Quando se consegue isso, logicamente busca-se o segundo campeonato. Não foi o que pensou Nico Rosberg, campeão mundial no domingo e que, hoje, para espanto geral anunciou sua aposentadoria aos 31 anos. Surpreende a todos e abre uma inesperada vaga na melhor equipe do Grid, que venceu mais de 90% das corridas nos últimos 3 anos.
O que motivou essa inesperada decisão? Ele explicou em uma nota, quando aprofundou os motivos da aposentadoria que comunicou a todos em Viena, capital da Áustria, onde recebeu o Troféu de campeão. Trago para os amigos a nota na integra:
"Há 25 anos disputando corridas, meu sonho, meu maior desejo, sempre foi ser campeão de Fórmula 1. Através de trabalho duro, dor e sacrifícios, isso tem sido meu objetivo. E agora eu consegui! Escalei minha montanha e estou no topo. Sinto-me bem agora. Meu maior sentimento no momento é de gratidão àqueles que sempre me apoiaram para que esse sonho se tornasse realidade.
Essa temporada, eu lhes digo, foi muito complicada. Eu dei o meu máximo em cada pequeno detalhe depois das frustrações dos últimos dois anos; estes momentos serviram de combustível para aumentar minha motivação em níveis que jamais havia experimentado. E claro que isso acabou impactando aqueles que amo. Foi um sacrifício familiar, deixando tudo para trás em detrimento de um único objetivo. Eu não consigo achar palavras suficientes para agradecer minha esposa Vivian; ela tem sido incrível. Ela entendeu que este era “o ano”, nossa oportunidade real, e criou um ambiente para que eu me recuperasse após cada corrida, cuidando da nossa filha todas as noites, e assumindo as rédeas de tudo quando a situação apertava, colocando nosso campeonato à frente.
Quando venci em Suzuka, momento em que o título ficou nas minhas mãos, uma pressão gigante, eu comecei a pensar em encerrar minha carreira se fosse campeão. Na manhã de domingo, em Abu Dhabi, eu sabia que aquela poderia ser minha última corrida na F1, e aquele pensamento deixou meus pensamentos mais claros. Eu queria aproveitar toda aquela experiência, já que sabia que poderia ser a última... E aí as luzes vermelhas apagaram e eu tive as 55 voltas mais intensas de toda a minha vida. Tomei a decisão na noite de segunda. Depois de refletir durante todo o dia, as primeiras pessoas que falei foram Viviam, Georg (Nolte, da equipe de Nico) e Toto.
A única coisa que tornou minha decisão difícil foi o fato de colocar meu time em uma situação complicada. Mas o Toto entendeu. Ele sabia de cara que eu estava completamente certo da minha decisão. Minha maior conquista no automobilismo sempre será ter vencido um Campeonato Mundial com este time de pessoas incríveis, o time das Flechas de Prata.
Agora estou aqui para aproveitar o momento. Agora é hora para curtir as próximas semanas, pensar na temporada que passou e aproveitar cada experiência que aparecer pelo caminho. Depois disso, eu vou virara a próxima esquina da vida e ver o que está disponível para mim..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário