sexta-feira, dezembro 2

Os erros da Lamia que custaram 71 vidas

Queda poderia ter sido evitada com atitudes menos mesquinhas...
A dor não passa e nem passará tão cedo. Ainda mais quando as primeiras informações indicam que a queda do avião da Lamia que matou 71 pessoas ao cair em La Union próximo a Medellin ( destino do time da Chapecoense ) poderia ter sido facilmente evitado. Essa é a parte que irá angustiar por anos os parentes das vítimas: saber que não foi uma fatalidade e sim um grave erro visando economia. E que demonstra também o quanto são danosos governos populistas com o do Evo Morales. Mas esta última parte eu deixarei para outro texto. 

Tão logo o avião caiu, apareceram informações de que a ANAC ( Agência Nacional de Aviação Civil ) vetara o voo direto de São Paulo e por isso é que a delegação seguiu até Santa Cruz de La Sierra em voo de carreira e só na cidade boliviana é que embarcaram na aeronave com destino até Medellin. Essa informação levou que as pessoas criticassem a ANAC, como se ela tivesse algo com o acidente. Ainda na tarde de terça ficou claro que a Agência seguiu o que determina as leis brasileiras e tratados internacionais, que exigem que em voos fretados a aeronave seja do país de origem ou de destino. E como o avião é na verdade boliviano não pode ter autorizado a decolagem a partir de São Paulo. Adiante...

Depois alguns apontaram para a idade do avião modelo Avro RJ85, de fabricação inglesa que teria 17 anos. Essa é uma idade boa para aeronaves e está longe de ser considerada velha. Além disso este é um modelo bastante seguro, com pouquíssimos acidentes em sua história. Mas o que afinal provocara a queda? A conversa do piloto com a controladora de voo no Aeroporto de Rio Negro deixou claro que o avião estava com pane elétrica, reportado no começo da conversa. O avião teve que dar voltas porque uma outra aeronave reportara vazamento de combustível e teve preferência. Na segunda parte da conversa, foi que o piloto ( e sócio da empresa ) reportou falta de combustível, mas já era tarde. A conversas, bem como outras explicações sobre o que aconteceu, no vídeo abaixo de reportagem que foi ao Ar no Jornal Nacional na terça a noite:


Agora chegam outras, e preocupantes, informações de que era costume fazerem este trajeto no limite da capacidade, que é de 3000km, sendo que a distância entre a saída e a chegada é de 2985km. Além disso a aeronave pode voar por 4:30h e até a hora da queda o voo já durava 4:15h. Não obstante ficamos sabendo agora que dois planos de voos foram expedidos, um para conseguir aprovação das Autoridades da Bolívia ( prevendo uma escala para reabastecimento ) e um outro com viagem direta. A segunda opção violou todas as normas de aviação internacional que determinam que TODA aeronave precisa ter capacidade de, se necessário, ter combustível para chegar em um outro Aeroporto e mais 30min de voo além disso. Tal medida deve-se para evitar justamente uma pane seca caso o avião, por qualquer motivo, não possa pousar assim que chegar ao destino, caso o aeroporto esteja fechado e etc.

É de tal sorte assustador que tenhamos pessoas voando arriscando as vidas as pessoas como ficamos sabendo agora. Em tempo: voar é seguro, mas o caso da Lamia tem que ser evitado a todo custo. Não apenas porque morreram brasileiros, mas porque ninguém pode brincar assim com vidas. E é obrigação das autoridades sulamericanas evitarem que isso volte acontecer. 

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