Dilma e sua entrevista: ela está desesperada, muito desesperada.

A frase acima esconde uma falha grave. Qual? Leia o texto e descubra...

Dilma Rousseff está desesperada. Sim, desesperada. Primeiro porque não sabe o que fazer para resolver os problemas do país. Segundo porque ela própria foi quem os fez. Terceiro porque sua popularidade é mais baixa para um presidente em mais de 25 anos. E por fim, porque ela realmente corre riscos ( nada desprezíveis ) de perder o cargo para a qual foi eleita.

O ex-presidente Lula, a quem eu chamo - carinhosamente - de Canalha, criou uma marca: o presidente que não concede entrevistas, faz apenas pronunciamentos. Ficou célebre as cenas dele falando aos cotovelos e os repórteres apenas vendo. Contraditório? Nem pensar, Lula jamais gostou de ser confrontado. Durante o primeiro mandato Dilma conseguiu manter esse expediente. Estava - em certo momento - com mais de 70% de aprovação. Agora, contudo, isso não serve mais.

Frágil no Congresso, com a Economia em recessão ( lembram da Economista do Santander que foi demitida por prever isso? ), tendo que promover um pesado Ajuste Fiscal e com diversas denúncias contra pessoas fortes do seu Governo e Partido, Dilma não pode mais simplesmente fazer o que fazia Lula. Isso simplesmente não resolve mais. Por isso ela foi ao Jô, o que em outros tempos jamais sequer se cogitaria. Mesmo que ele hoje conste dos queridinhos do PT, mostrar Dilma sempre é um risco quando isso acontece fora dos cuidados de João Santana, o Marqueteiro que conseguir empurrar nos brasileiro a "mandioca de Dilma", se é que entenderão a ironia... Ela é complicada, fala uma língua só dela... o resultado da entrevista - feita no Palácio da Alvorada - foi a que se viu: pífia.

Ontem, Dilma chamou seus Ministros e Parlamentares da Base para tratar das respostas ao que mais lhe ameaça no curto prazo: o teor da delação premiada de Ricardo Pessoa ( dono da construtora UTC e preso na operação Lava-Jato ) e as chamadas "pedaladas fiscais" detectadas pelo TCU. A primeira preocupa porque implica a campanha de re-eleição da presidente. Pessoa declarou que repassou 7,5 milhões de reais desviados da Petrobrás para a campanha da Presidente. Se restar provado ser verdade, Dilma poderá ter o Diploma cassado pelo TSE e, obviamente, perder o cargo. Já a segunda ameaça pode levar ao crime de responsabilidade ( previsto em Lei, convém ressaltar ), uma vez que se as Contas forem rejeitadas pelo Congresso abriria-se o precedente para o impedimento de Dilma. Em outras palavras: o medo chegou ao Palácio do Planalto.

E hoje veio, digamos assim o pior: ela concedeu uma entrevista a Folha de SP. Algo raríssimo e que, em minha humilde opinião, pode ter efeito contrário do pensado uma vez que ela resolveu atacar instituições democráticas ( partidos de oposição, TCU, TSE, Ministério Público, Congresso Nacional e a Polícia Federal ) ao dizer: "quer me tirar? Venha tentar, venha tentar". Dilma também acusou que um Golpe estaria sendo orquestrado, sem acusar ninguém diretamente, só que a Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça e, como golpista, teria como Chefe... Dilma!!! Em último caso detecta-se visivelmente a tentativa de reagir a onda de péssimas notícias que aparecem todos os dias. Neste segundo mandato Dilma só tem dissabores. E é ai que entra a pergunta que eu fui lá no comentário da foto que ilustra este post.

Dilma diz: "estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do país". Pois bem, a frase teria sentido se o presidente que tivesse saído em 31 de Dezembro ( pouco mais de 6 meses atrás ) fosse do PSDB ou de um partido que não fosse aliado do PT. Se Dilma tivesse recebido esse quadro das mãos de seu antecessor, seria 100% verdadeira e otimista a frase. Acontece que quem sucedeu Dilma foi... Dilma!!! Sendo assim, se tomarmos como verdadeira a frase acima, ela estava sem se esforçar antes? Além do mais, como pode ela tentar fazer de conta que nada tem a ver com a crise atual? Quem foi que gastou muito mais do que poderia? Quem foi que ignorou os avisos de pessoas dentro de seu próprio Governo? Quem foi que nego que sequer que existisse crise em Outubro passado e que ainda achou por bem chamar de pessimista Aécio Neves e Marina Silva? 

Como disse aqui antes, o segundo Governo Dilma acabou com apenas 1 mês. E ainda teremos mais 3 anos e meio pela frente. Isso, é claro, se ela - ao contrário do que disse - não cair, é claro.