segunda-feira, novembro 3

A crise na Fórmula 1

Quase todo ano uma equipe domina, desde o começo dos anos 2000...

Eu gosto de Fórmula 1. Muitos gostam apenas de ver brasileiro vencer. Aliás, de uma certa maneira é do que o brasileiro gosta em esportes: vencer. Se um brasileiro se destaca em um esporte desconhecido para a maioria, logo muitos viram especialistas e começam a marcar encontros para assistir aquela determinada modalidade. Assim foi com o Tênis quando Gustavo Kuerten virou o N.º 1, quando Diego Hipólito e Daiane dos Santos na Ginástica e assim por diante. Atualmente gostamos do Vólei - por motivos mais do que claros - mas nos anos 80 o Basquete era a segunda modalidade, por causa de Oscar, Marcel e cia... no anos 60 com Amauri Passos e Vlamir Marques e cia que foram bi-campeões mundiais e duas vezes medalha de bronze em jogos olímpicos.

Nos anos 1970, Emerson Fittipaldi nos fez descobrir a Fórmula 1. Venceu duas vezes o campeonato, mas em 1976 foi pilotar o carro da família e o gosto desapareceu um pouco. Até que um candango apareceu em 1979: Nelson Piquet. A audiência antes disso estava tão baixa que a temporada de 1980 foi transmitida para o Brasil pela Bandeirantes, pois a Globo definira que sem piloto brasileiro de ponta não era interessante pagar pelos direitos de transmissão, numa época de poucos recursos tecnológicos. Resultado? Nelson Piquet venceu 3 provas e foi vice-campeão. A Globo recomprou os direitos a peso de ouro. Nas 14 temporadas seguintes, o Brasil venceria 6 campeonatos, conseguiria outros 3 vices e viveríamos o auge nacional na categoria. Mas num trágico 1º de Maio em 1994... tudo mudou.

Com a morte de Senna, Barrichello foi alçado ao posto de "herói nacional". Não estava, claramente, pronto para isso. Rejeitou um contrato com a McLaren - em baixa na época - para ficar na Jordan. Viu de dentro da sua mediana Stewart um limitadíssimo Mika Hakkinenn ser bi-campeão. Foi para a Ferrari em 2000 e... bom todos sabem o que aconteceu. Depois Felipe Massa tentou ocupar o posto vago de herói nacional, mas... o máximo que conseguiu foi ser vice, perdendo o campeonato por 20 segundos. Mas a audiência vem caindo ano após ano e o resultado finalmente foi visto este fim de semana: a emissora não passou o GP ao vivo, deixando o totalmente para o seu canal fechado, o SporTV. Lamentável...

Mas como culpar a emissora? A audiência vem caindo na Europa ( exceto na Alemanha e neste ano na Inglaterra ) no mesmo período. A categoria como um todo está mal. Outra prova disso foi que 2 equipes nem viajaram para as duas corridas nas América ( EUA ontem e domingo no Brasil ). E pouco provavelmente participarão no último da temporada, nos Emirados Árabes Unidos. Se nem mesmo manter 11 equipes a categoria consegue, como cativar o público?

Mas isso era o conhecido, só que hoje de manhã eu fiquei sabendo hoje: a três equipes fora do grupo das grandes ( Force Índia, Lotus e Sauber ) cogitaram boicotar o GP dos EUA, e só decidiram pela participação 90 minutos antes da largada. O problema que já foi ruim, no caso ter um grid com menos de 20 carros, poderia ter sido ainda pior, correrem apenas 12 pilotos. As equipes querem uma divisão melhor dos recursos, deixando para o marketing de cada equipe conseguir mais ou menos recursos. 

As grandes equipes ( Red Bull - que tem dois times, Ferrari, Mercedez, McLaren e Williams ) não querem ceder quanto a isso e podem ter que, já no ano que vem, alinharem 3 carros cada uma. Acontece que um terceiro carro sairia mais caro do que ajudar as outras equipes. Vai entender a lógica ( ou a falta dela ) da categoria.

Enquanto isso a Fórmula seguirá caindo e caindo pelas tabelas. O que será ruim para todos: pilotos, equipes, Emissora que transmitem e fãs. Como eu, por exemplo...

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