sábado, junho 9

O Brasil em Copas: os fiascos

1966: A campanha do "tri" foi um fiasco total...
1990: todos sabem o que acontecerá na sequência...
1934: apenas uma partida e a pior colocação de todos os tempos em Copas
2014: precisa de explicação??
Como definir o que é um fiasco? Para alguns a campanha na Copa de 2014 não pode entrar nesta lista, porque mesmo assim o time ficou entre os 4 melhores, mas o que pode ser pior do que tomar 7x1 - a maior goleada em fase agudas da história das Copas - em casa? Pois é... Vamos aos maiores fiascos da histórias das Copas protagonizadas pelo Brasil.

1934 - Itália. Apenas um jogo e a pior colocação em Copas.

Antes de mais nada, é preciso pontuar algumas coisas: o Brasil vivia uma rixa entre profissionais ( implantado no Brasil apenas 3 anos antes ) e os Amadores. Assim existiam duas entidades que cuidavam do Futebol, uma amadora e outra profissional. Assim sendo, o time que foi, de navio, até a Itália era bem limitado. Apenas uma grande estrela: o diamante negro Leônidas da Silva. No mais era um time formado por cariocas, sobretudo do Botafogo. Outro famoso, não exatamente pelo talento em campo, esteve na Itália: Waldemar de Brito, que 20 anos depois descobriria um tal de Gasolina. Não sabe quem é? Bom, ele é o Pelé. Só isso.

Em Bolonha o time que chegara 3 dias antes não foi páreo para o time espanhol, com vários grandes jogadores e que tinha o mítico Zamora no Gol. Ele pegou um pênalti cobrado com Waldemar de Brito quando estava 1x0 para a Espanha. Num regulamento dos mais estranhos de todos os tempos, era mata-mata desde o começo. E com o 3x1 aquele time deu adeus e ficou em 14º lugar entre 16 times. Que se coloque que até agora, em 2 Copas o Brasil tinha 3 jogos e 2 derrotas e só vencera a Bolívia... estava longe de ser uma potência. O que começaria a mudar na Copa seguinte... mas isso é outra história.

1966 - Inglaterra. O que seria a Campanha do tri, virou uma desastre desde a preparação.

Na Copa de 1958, João Havelange deixara a preparação do time que foi a Suécia nas mãos de Paulo Machado de Carvalho. Deu certo e foi mantido em 1062 no Chile. Só que para 1966, em pleno início do Regime Militar, Havelange quis mostrar que poderia ser ele o comandante. Trouxe Vicente Feola de volta ao comando do time e acertou uma verdadeira romaria de preparação, que incluía 6 sedes, antes de ir para a Inglaterra onde o Brasil tornaria-se o primeiro tri.

Pois é, nada deu certo. Primeiro porque ele quis agradar todos os times e com isso foram convocados 44 jogadores!!!! Sim, 4 times foram formados, que receberam como nome as cores da bandeira: branco, amarelo, azul e verde. As crises internas e a dúvida sobre quem iria para Copa criaram um clima ruim. Na hora de cortar, poucos tiveram coragem de assumir quem iria. Assim gente como Carlos Alberto Torres foram cortados e jogadores medíocres fora pra Copa. Além disso formou-se um time sem nexo, com os veteranos do bi ( Gilmar, Orlando, Zito, Djalma Santos e Garrincha ) e uma nova fornada de grandes jogadores ( Tostão, Gersón e Jairzinho ), além de perebas como Fidelis, Paraná e cia. Não deu Liga. Apenas uma vitória ( Bulgária ) e duas derrotas por 3x1 ( Hungria e Portugal ).

1990 - Bagunça tática, e na preparação, fazem o Brasil passar vergonha na Itália.

Copa América de 1989, Salvador. Na primeira fase o Brasil sofre demais, vê bandeiras sendo queimadas e 2 empates seguidos em 0x0 com Peru e Colômbia vê em risco até a classificação. Até que um jogo em Recife e 2 gols de Bebeto mudam tudo. O que isso tem a ver com o fiasco na Copa um ano depois? Tudo, porque foi nesta virada de rumo que o então Técnico Sebastião Lazaroni firmou-se no cargo e, assim como aconteceria com os times campeões das Copas das Confederações recentes, fechou o elenco com aqueles que lhe foram "leais". Parece com o Dunga em 2010, certo? 

Lazaroni também fechou o esquema, com líbero na pessoa de Mauro Galvão que só atuava assim na Seleção. As vitórias, ainda em 1989, contra Holanda ( então campeã Europeia ) e Itália ( país sede ) deram uma falsa impressão de tudo estava ótimo. Não estava. A grave contusão de Romário seria bem sentida, bem como a queda de ritmo de Silas. Ainda teve uma foto em que os jogadores cobriram o logo da Pepsi, então patrocinadora, por uma desavença no valor que estava sendo negociado pela conquista da Copa. E isso ainda no Brasil. Perdemos para um combinado da Umbria, região da Itália onde o Brasil ficou sediado, para compor ainda mais o cenário.

Uma primeira fase sem graça, onde Miller fez dupla de ataque com o ótimo Careca. 3 vitórias que pareciam colocar o time no caminho do Tetra. Parecia... Tudo ruiu diante da frágil Argentina, que quase não se classificara em seu grupo. Lembra 1982 né? Bastou um lampejo de Don Diego para que o Brasil fizesse sua pior participação em Copas fora 1934, considerando colocação final, ou 1966 em termos de produção em campo. Dunga seria o símbolo do fiasco e ainda perderia a chance de mostrar dignidade e espírito esportivo 4 anos depois. Mas isso é outra história...

2014 - A mãe de todas as vergonhas. 

Esta frase foi dita por, longos e penosos, 64 anos para se referir à derrota na final da Copa de 1950 para o Uruguai por 2x1. Mas em 2014 aqueles grandes jogadores de 1950 foram libertados, porque perto do 7x1 que tomamos no Mineirão aquela derrota virou uma conquista. Não irei deter-me muito sobre o fiasco, até porque está bem vivo na memória de todos, mesmo que muitos queiram fazer de conta que ele já está superado. Não está e nem nunca será...

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