domingo, abril 27

O Homem, o Papa, o Santo e a realidade...

quem poderá saber a resposta?
Eu nasci em 1974, quando o Papa era Paulo VI, do qual nada lembro. Também não tenho muito o que dizer de João Paulo I, que ficou pouco mais de um mês como Papa. Mas de Karol Jósef Wojtyla...

Minhas lembranças de criança remetem-me quando ele veio ao Brasil e toda a comoção que a visita do Santo Padre promoveu na nação. Ficamos todos olhando, maravilhados, pela televisão aquele polonês simpático, afável e que - impressionante - falava em português!!! Até hoje eu sei de cor esta música feita para a sua visita:



João Paulo II foi, digamos assim, o Papa da minha vida. Tanto é verdade que não consegui ver Bento XVI com a mesma forma que via o Papa Pop!!! ( só com o super carismático Francisco é que eu voltei a ter simpatia pelo Santo Padre ).Aqueles dias de 1980 foram marcantes em minha vida. Minha fé fortaleceu-se naquele período. E foi ao extremo quando o mesmo foi baleado na Praça de São Pedro. Fiquei intimamente tocado com aquele ato de covardia. Ato que o próprio Wojtyla perdoaria anos depois. Era algo divino perdoar o seu algoz.

Fui crescendo e sempre vendo os seus gestos de bondade e generosidade. Ele voltaria outras duas vezes ao Brasil. Foi morrendo aos poucos e seu claro e doloroso sofrimento fez parte de nossas vidas. Era uma pessoa de extrema fé.

Mas existem duas facetas de Wojtyla que poucos conhecem. A primeira foi a do homem determinado em desmontar a cortina de ferro, como ficou conhecida a união de países do leste europeu sob a influência da URSS. Entre eles estava a sua Polônia, que antes do domínio dos soviéticos, ficará sob domínio dos nazistas. O jovem Wojtyla sofrera com os nazistas e vivera sob o julgo do comunismo. Uma vez ordenado Papa movimentou recursos e esforços para derrubar os governos socialistas. Neste campo prestou um serviço ao mundo, livrando países da forma ditatorial que eram comandados e oprimidos por Moscou. Ponto para ele. Já a segunda...

Se na Europa João Paulo II não mediu esforços pela liberdade de povos oprimidos, na América Latina... bom, aqui em nossa querida terra, o Papa fechou os olhos para violações de direitos humanos. Jamais foi incisivo com Ditaduras, vide por exemplo a brasileira, uma das primeiras nações a visitar. Também pesa contra o seu papado de quase três décadas a perseguição aos membros da Teologia da Libertação, comandada pessoalmente pelo futuro Papa Bento XVI, então conhecido apenas como Cardeal Joseph Ratzinger.

Um outro detalhe não totalmente explicado em todos seus aspectos foram os casos de pedofilia, que alguns acusam que ele teria acobertado. Alguns acusam o agora Santo de ter sido muito complacente com os Padres/Bispos que andaram fazendo o que não deviam. Quem o defende diz que ele nunca acobertou e quem o critica cita que o Papa Bento XVI reabriu casos arquivados por João Paulo II.

Um outro fato a ser observado foi a canonização do fundador da Opus Dei, Josemaría Escrivá de Balaguer.  A ordem é considerada o que de mais conservador pode existir dentro da Igreja e é duramente criticada por diversos setores da Igreja.

E assim hoje ele foi canonizado. Karol Wojtyla foi um homem santo? Sim e não. Fez coisas excelentes e outras nem tanto... Mas defini-lo, depende de nós. 

Um comentário:

  1. Dirigido a você trabalhador ativo ou em busca de emprego, você comerciante, você funcionário público efetivo:

    http://www.folhapolitica.org/2014/04/lula-ataca-quem-critica-altos-impostos.html

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