Alegre. Quase sempre era assim... |
Nunca estamos preparados para a morte. Isso é inerente a todos e aqueles que eventualmente dizem o contrário, eu afirmo que mentindo estão. Na sexta-feira a tarde, perdi mais que um companheiro de trabalho ou um exemplo a seguir. Perdi um amigo. Pessoa afável mas rude quando o momento assim o fazia necessário, o que com ele aconteciam poucas vezes.
Conhecia-o pouco até 2006. Por questões políticas - das quais hoje me arrependo - costumava classificar as pessoas em aliadas e adversárias. Eu ainda estava, digamos assim, com os tapados, olhando só para a conveniências políticas. Neste interim, Maurício era alguém do "outro lado". A época era Diretor da Dires ( hoje, Geres ) e portanto, politicamente, um "adversário". Mas via, já neste tempo, alguém competente.
Trabalhar com ele na Salgueiro FM desde maio de 2006 fez, em pouquíssimo tempo, com que eu ratifica-se a impressão da competência e retifica-se tudo o que eu pensava antes. Vi uma pessoa disposta a ensinar, auxiliar o colega de profissão. Sempre que era impedido de participar e uma transmissão esportiva, tive o prazer e a honra de ser o comentarista, mas jamais direi que o substitui, porque isso seria ( e é ) impossível.
Ao longo dos anos em que dividimos bancada na Salgueiro FM a admiração virou mútua, tanto que o próprio atuou em minha defesa em 2013, quando ele - já impossibilitado de cumprir os compromissos, afirmando de que não era necessário buscar em outro lugar o comentarista da equipe, pois na própria equipe encontrava-se a solução. Disse, inclusive, que eu seria melhor que ele... até me arrepio só de lembrar disso...
Ele adoeceu. Percebia-se a sua grande dificuldade. Suas últimas participações na Resenha foram, pra ser bem sincero, de cortar o coração. Mas eu, respeitoso, jamais indaguei a ele o que ocorria. Sabia como ele era reservado nestes assuntos. E respeitei isso.
Publiquei aqui pedido para doações de sangue para ajudar em seu tratamento. Mas seu corpo estava fragilizado pela doença e ele faleceu com infecção generalizada. O transplante transcorreu 100%, mas o corpo precisa de ajuda e esta ele não mais teve.
Assistir uma partida no Salgueirão sabendo que ele jamais voltará ali será uma experiência sempre triste. Mesmo que o seu Náutico ( torcia também pelo Santos ) venha a vencer, ficará sempre um vazio.
Vai deixar saudades. Aliás, já tinha deixado... Vá com Deus, Maurício Alencar. Vá boêmio, pois "ninguém morre enquanto for lembrado no coração daqueles que lhe amam."
Grandes e justas palavras Flávio
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