Obras emPACadas? |
O ex-presidente Lula passou seu maior aperto em 2005, pela eclosão do maior escândalo pelo, possivelmente, maior escândalo que já ocorreu na história republicana, o Mensalão. Mas ele usou muito marketing, aliado a uma grande mentira ( o pagamento da dívida externa ) e com viagens quase diárias para realizar discursos. Conseguiu a re-eleição com sobras, no segundo turno. Mas foi re-eleito em outubro de 2006, o que parecia impossível um ano antes. Adiante...
Uma vez eleito, veio o grande problema: quem seria o candidato em 2010? O nome que era natural, José Dirceu, nunca mais seria eleito para nada na vida, quanto mais presidente. Outros nomes importantes saíram chamuscados do Mensalão. Foi ai que, em algum momento entre outubro de 2006 e Abril de 2007, Lula elegeu o seu poste, quer dizer, sucessor: Dilma Rousseff. Como ela não era uma política experiente não teria a rejeição natural que as pessoas da classe recebem. Por ser mulher seria atrativa para o público feminino. Faltava uma marca. E ele junto aos marqueteiros criou um: o PAC, que é Programa de Aceleração do Crescimento. A ideia é reunir todas as obras e ações normalmente tocadas pelo Governo neste programa.
E assim toda e qualquer obra que fosse tocada do Chuí a Serra do Caburaí ( acreditem, a foz do Rio Oiapoque não é o ponto mais ao norte do Brasil como você pensa ) e da Serra da Contamana até a Ponta de Seixas passou a ser considerada uma obra do PAC. Dentre as obas, duas para conquistar votos no Nordeste: a Transposição das Águas do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina, ambas com prazo de conclusão para 2010, justamente o ano da eleição. Aqui eu deixo de lado o crítico e falo das necessidades e vantagens das obras: além de essenciais para o desenvolvimento de parte considerável do Nordeste, as mesmas podem/poderiam reduzir drasticamente a desigualdade, latente, no Sertão. Se concluídas, é claro.
O PAC passou a ser, digamos assim, o maior factoide político já criado no Brasil. O Governo gastou bilhões em propaganda e a oposição precioso tempo rebatendo-o ao invés de se ocupar em criar as bases para voltar ao poder. E o PAC seguia sendo um engodo, uma invenção de marketing. Tanto é que passados 7 anos do seus pomposo lançamento, mais de 30% ( quase um terço ) das obras ainda não foram concluídas. Algumas até já foram descartadas. Mas em 2009, precisando reforçar a candidatura de Dilma, a mãe do PAC, foi lançado a versão 2 do programa. Na campanha para sua eleição, Dilma - igual a qualquer político - prometeu mundo e fundos. Até ai tudo bem, diria alguém... mas ela já estava devendo demais da conta...
A Transposição e a Transnordestina foram postergadas para 2012. E quando chegou 2012, para 2014. Neste ano foram repassadas para 2015. E qualquer pessoa que anda em dois pés sabe que as mesmas não ficarão prontas antes de 2017, quiçá 2018. As que andam em quatro patas acreditam que em 2015 teremos trens e água em Salgueiro...
E o que Dilma e o PT fazem agora? Vão lançar o PAC 3. Sensacional!!! Afinal, se deu certo duas vezes, porque não tentar a terceira? Vai que cola né?
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