quinta-feira, agosto 28

E o jogo político, como fica?

Mais ou menos assim está a situação da corrida presidencial...
Isenção na existe, disse certo filosofo um dia. Eu não sou isento. E nem me proponho a sê-lo. E quem afirma ser, mente. E quem tenta ser, é hipócrita. Dito isto, eu tenho sim candidato a presidência, e ele é Aécio Neves. Quem lê este Blog e não me conhece já deve ter percebido isso. Mas o texto a seguir não vai ser para defender meu candidato. Este preâmbulo fazia-se necessário para que todos entendessem a ideia central dele: existem dois caminhos para a eleição presidencial, não 3.

Dilma e Marina possuem particularidades comuns e díspares ao mesmo tempo. Em certa medida, ambas representam mais do mesmo. Em outros não, mas ambas derivam do mesmo pensamento: o marxismo. Não ocupar a mente dos leitores com teorias históricas ( comuns a quem, como eu, é historiador ), mas basicamente o filósofo alemão Karl Marx é o "papa" dos esquerdistas ( ou coisa ainda pior ) mundo a fora, mas sobretudo na América Latina. E tanto Marina Silva quanto Dilma Rousseff beberam nesta mesma fonte. Daí elas terem ideias parecidas sobre como deve se dar um Reforma Agrária, serem tão afeitas a Ditaduras e terem sérios problemas com mecanismos democráticos. Neste ponto, as duas são quase iguais.

O que as tornam diferentes é o pensamento sobre a política. E isso é natural, Dilma jamais ocupara qualquer cargo disputando uma eleição. Já Marina foi de Vereadora a Senadora ( um salto e tanto, diga-se ), virou Ministra no mesmo tempo que Dilma e assim como este disputou o pleito de 2010. Enquanto todos sabem o que pensa Dilma, o mesmo não pode ser dito sobre Marina. Não existe, com clareza o que ela pensa sobre isso ou aquilo, apenas que ela representa a nova política. Segundo ela, Dilma e Aécio são o velho. Ela o novo. Mas o que é este novo exatamente? É uma frase de efeito ou uma atitude muito bem pensada?

No nosso sistema de Governo, negociar é fundamental. Vide o exemplo de Collor e de Lula. Ambos enfrentaram graves crises, mas o segundo não apenas manteve o cargo como foi re-eleito em segundo turno com quase o dobro de votos do segundo colocado. Já o Fernando, caiu porque tinha a habilidade de um gorila para negociar. Segundo ele próprio, perto do que ocorreu com Lula, o caso dele deveria ter sido julgado no juizado de pequenas causas. Talvez por isso sejam aliados hoje em dia. Mas voltando ao tema: negociar é mais do que preciso, é vital. E Maria Silva já demonstrou, mais de uma vez, ter a sutiliza de um hipopótamo para isso. De Eduardo Campos poderíamos esperar um negociar nato, pois terminou seus dias sendo aliado daquele que fora seu maior inimigo: Jarbas Vasconcelos.

Já Marina Silva... não demonstra este tino. Outra coisa a se ponderar: eleita, ele irá dar ao PSB o posto de partido de Governo ou irá dar esta primazia para o Rede, que será logo legalizado? Aqui fala o ainda filiado ao PSB, porque está é uma questão pertinente dentro do partido. Ninguém sabe e se souber, vai ficar calado.

Diante do exposto até aqui, e como já aconteceu no Facebook, o amigo pode perguntar: você está virando a metralhadora - que antes focava só no PT - para Marina porque ela superou seu candidato? Não, não é verdade. Quem me conhece mais a fundo vai lembrar que eu já tinha estas críticas a Marina Silva em 2010. Não passei a criticá-la agora, por esse seu modo quase sebastianista de ser. Não é de agora. E além do mais, eu voto em pessoas, não em pesquisas. E por fim, ela antes nem era candidata, portanto eu não tinha que fazer-lhe crítica alguma, candidata a vice-presidente que era.

A tendência atual é que Marina suplante Dilma nas próximas pesquisas. Assim o é porque muitas pessoas - ao contrário do que jamais fiz ou um dia irei fazer - tendem a votar de acordo com as pesquisas, com o momento. É o chamado "voto para não perder". Essas pessoas consideram que perder o voto é dá-lo a um candidato e este perder a eleição e não votar em alguém que vá fazer um péssimo Governo. Infelizmente é um pensamento bem popular. Coisa parecida deve acontecer em Pernambuco. E não é porque a maioria vá mudar para o meu candidato por causa de pesquisa que eu vá gostar disso...

Considero Aécio o contraponto ao modus operandi do PT, não Marina Silva. E acredito que eleição não é momento para se escolher com o coração e sim com o cérebro. Escolhas feitas em momento de comoção, costumam trazer grandes surpresas... algumas, bem desagradáveis, se querem saber...

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