quinta-feira, agosto 21

Ricardo Gareca e a falta de profissionalismo do futebol brasileiro

Gareca tenta apontar o rumo... terá tempo para isso?
Sou torcedor do Santos, caso não saibas. E um dos times contra o qual o peixe mais tem problemas para vencer é o Palmeiras, que completará 100 anos na próxima terça. O time de Pelé e cia venceu 8 campeonatos paulistas nos anos 60 e só não venceu todos porque o Palmeiras se meteu no meio vencendo em 63 e 66. 

Feito este preâmbulo, vamos ao ponto: o porco veio da Série B em 2013 e não fez contratações, até aqui, compatíveis com time de Série A. Perdeu seu único bom jogador quando ficou arengando por causa de 20 mil e viu Alan Kardec assinar com o São Paulo. Deu graças a Deus ao se livrar de Valdívia, só para ter que aceitá-lo de novo um mês depois. Não tem um goleiro confiável ( Prass está machucado ), a defesa é frágil e falta um craque. Antes da Copa, o Presidente Paulo Nobre resolveu ousar: contratou o técnico Ricardo Gareca ( lê-se Garêca ), de ótimo retrospecto na vizinha Argentina, sobretudo no Velez Sarsfield. E é aqui que começam os problemas...

Mesmo que o futebol sulamericano seja, em sua maioria, uma várzea ( no pior sentido da palavra, diga-se ), na Argentina o técnicos tem tempo para trabalhar. Os times, ao menos os de ponta, costumam acreditar que a manutenção do trabalho dará resultados. Aqui, sabemos que não é bem assim... Gareca trabalhou o tempo da Copa, mas o time é fraco para ser bondoso. Não é, nem de longe, time para conquistar vaga na Libertadores. E é aqui que eu identifico o segundo problema: falta de visão em identificar o potencial do time.

Nenhum time recém saído da Série B pode acreditar que vá conseguir uma vaga para Libertadores. Eventualmente isso pode até acontecer, mas não é lógico. É preciso melhorar o time, dar-lhe maturação e na segunda temporada sonhar com isso. Ou então conseguir a vaga na Copa do Brasil ou na Sulamericana. Mas no Brasileirão, nem pensar. E ai vem o terceiro problema: por se acreditar grande, o Palmeiras acredita que tem que ser campeão. E esta é uma realidade muito distante...

No início dos anos 90, com a Parmalat tocando o futebol, o time venceu quase tudo o que podia: 2 Brasileiros, 3 Paulistas, 1 Copa do Brasil e 1 Libertadores. Só faltou o Mundial... mas não eram os dirigentes do time quem davam as cartas e sim a multinacional dos alimentos. Quando a mesma saiu... bom, desde 2000, foram 2 rebaixamentos, 1 paulista e uma Copa do Brasil, que até Santo André e Paulista de Jundiaí venceram, é bom ressaltar. Daí vem a dolorosa afirmação: o Palmeiras não é mais um time grande. E isso para o seu torcedor é terrível...

Paulo Nobre injeta dinheiro do próprio bolso. Fala-se em mais de 100 milhões. Um time como o Palmeiras, com o potencial que possui, não deveria ficar a mercê de um mecenas... mas é o que acontece agora. E sem profissionalismo, o futuro é negro. Ricardo Gareca parece-me um bom técnico, tem visão e pode ajudar muito o Palmeiras. Mas o problema é o tempo...

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