terça-feira, junho 10

Alemanha 2006: Donos da casa dão show em organização, mas a Campeão é a Itália

a imagem da Copa, por incrível que parecer possa...
No começo de 2000 Brasil, Alemanha e África do Sul se engalfinharam em uma batalha para conquistar o direito de ser a sede da Copa de 2006. Denuncias de corrupção, compras de voto e tudo mais o que você possa pensar ( ou não ). Se vendo fora da disputa, Ricardo Teixeira pariu um plano: apoiaria os africanos e assim derrotaria os alemães, ficando amarrado o apoio para que a Copa de 2010 fosse no Brasil. 22 pessoas iriam votar e pelas contas a campanha África teria 13 votos. Quando a votação aconteceu o resultado foi diferente: 11 votos para a Alemanha e 10 para a África do Sul, com uma abstenção. Ai a FIFA vaticinou que a Copa de 2010 seria na África e a de 2014 seria na América do Sul, promovendo assim um rodízio entre os continentes. Em 2003, três dos mais nojentos dirigentes esportivos fizeram acordo: Ricardo Teixeira receberia a Copa, Júlio Grondona seria reconduzido como vice-presidente da FIFA e Nicólas Leoz seria re-eleito outra vez presidente da Comenbol. E você ai pensando que houve eleição em 2007? Sabe de nada, inocente...

A Copa seria a oportunidade de confirmar a supremacia do Brasil, campeão em 94 e 2002, além do vice em 98. Craques não faltavam, com qualidade até em excesso. Uma defesa forte, laterais experientes, mas ainda jogando bem. Era para se consagrar mesmo. 

Os alemães se superaram na organização: estádios belíssimos e entregues bem antes da competição. E um detalhe: com grande parte dos investimentos neles da iniciativa privada. Igualzinho o Brasil 2014, não é mesmo?

O Brasil fez sua preparação (?? ) em Weggis, na Suíça, onde fez tudo menos treinar para uma Copa. Privilégios para a Globo e restrição para o resto da imprensa internacional, que só podia falar com a atletas nas coletivas, enquanto o Tino Marcos jantava com os jogadores. Quando veio o fiasco, não houve crítica alguma sobre isso, mas um ano depois Parreira, Babão Bueno e Ricardo Teixeira falaram o óbvio: aquilo não poderia resultar em nada bom. Que coisa, se sabiam disso, porque não fizeram nada? Palhaçada...

As 32 seleções estavam assim divididas por continentes:
  • América do Sul: Brasil, Argentina, Equador e Paraguai;
  • América do Norte e Central: Estados Unidos, Costa Risca, México, Trinidad & Tobago;
  • Ásia: Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Irã;
  • África: Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Tunísia;
  • Oceania: Austrália;
  • Europa: Itália, Alemanha, Portugal, França, Croácia, Servia & Montenegro, Holanda, Inglaterra, Rep. Tcheca, Polônia, Suécia, Suíça, Espanha e Ucrânia.
Após o sorteio, os grupos da Copa ficaram assim definidos e decididos:
  • Grupo A: Alemanha, Equador, Polônia e Costa Rica. O clima de desconfiança em torno do time de Jurgen Klinsman antes da Copa se dissiparam rapidamente com 3 vitórias. Os equatorianos, em sua segunda Copa, ficaram em segundo. Polônia e Costa Rica fizeram figuração;
  • Grupo B: Inglaterra, Suécia, Paraguai e Trinidad & Tobago. Os ingleses passaram em primeiro, vencendo seus dois primeiros jogos e empatando com a Suécia, que ficou em segundo. O Paraguai venceu os trinitários no jogo que não valia mais nada;
  • Grupo C: Argentina, Holanda, Costa do Marfim e Sérvia & Montenegro. Argentinos e Holandeses passaram fácil e o saldo decidiu em favor dos hermanos. Drogba e cia decretaram a pior copa de uma seleção dos balcãs em uma Copa;
  • Grupo D: Portugal, México, Angola e Irã. O time de Felipão passeou neste grupo, com os mexicanos ficando em segundo ao vencer o Irã e contar que Angola não conseguiu o mesmo;
  • Grupo E: Itália, Gana, Rep. Tcheca e EUA. Mais uma Copa sem que os italianos vençam os 3 jogos. Mas desta vez passaram sem sustos, com 7 pontos. Gana venceu 2 jogos e ficou em segundo. Os Tchecos ficaram de fora por não terem vencido os rivais diretos. E o EUA não repetiram 2002;
  • Grupo F: A caminhada do certo Hexa começou com um futebol feio de dar dó, no 1x0 diante da Croácia. Melhorou nas outras duas partidas, mas nada que empolgasse ninguém que fosse realista. A Austrália conseguiu ficar em segundo lugar, um feito e tanto. E um fiasco para Croatas e Japoneses. Fato histórico: contra o Japão, Ronaldo igualou o recorde histórico de Gerd Muller, de 14 gols em Copas;
  • Grupo G: Suíça, França, Coreia do Sul e Togo. O Togo era o estreante e apenas assistiu de dentro de campos os outros decidirem quem se classificava. Os coreanos quase conseguirem passar de fase pela segunda vez, mas perderam a vaga pra França. Surpreendente foi a Suíça, primeira do grupo;
  • Grupo H: Espanha, Ucrânia, Tunísia e Arábia Saudita. O time da Espanha já tinha a base do time que seria campeão 4 mais tarde, além de vencer a Eurocopa dois anos depois. E passou sem sustos por este grupo, como sempre. E seria eliminada logo na sequencia, como sempre também. Andriy Shevchenko, um dos melhores atacantes de todos os tempos, jogou sua única Copa e conseguiu levar o seu país a passar de fase. Tunísia e Arábia Saudita só conseguiram empatar entre si na rodada final.
Vieram então as oitavas, abertas pelos alemães com uma vitória tranquila sobre os suecos ( 2x0 ), em Munique; Já em Leipzig, os argentinos passaram sufoco e precisaram da prorrogação para eliminar o valente México ( 2x1 ); A Inglaterra passou pelo Equador com dificuldades ( 1x0 ) Sttugart; Em Nuremberg, uma batalha feroz entre o bacalhau e o leite... ou melhor, entre Portugal e Holanda e a partida da história das Copas... em cartões. Nada menos que dezesseis amarelos e quatro vermelhos e o time de Felipão passou por 1x0, gol de Maniche ainda no primeiro tempo.


Com um penalty fajuto aos 47' minutos do segundo tempo, Totti fez 1x0, decidindo o confronto em Kaiserslautern; Em Colônia, nem 120 minutos de futebol foram suficientes para que um gol fosse marcado e só nos penaltys foi que a Ucrânia se classificou, por 3x0. Sim, os Suíços erraram os 3 que cobraram!!!; A França renasceu na Copa ao vencer, de virada, a Espanha por 3x1, no primeiro show de Zidane naquela Copa, em Hannover; E em Dortmund o Brasil fez 3x0 em Gana, mas o jogo foi mais duro do que o resultado. Mas alguém ligou para isso na época? E nesta partida Ronaldo marcou seu 15º gol em Copas, passando a ser o maior artilheiro de todas as copas.

Nas quartas-de-finais, os alemães sofreram para eliminar a Argentina em Berlim: saíram atrás, empataram perto do final e precisaram do penaltys para seguirem na sua Copa, ao vencer por 4x2; Em Hamburgo os italianos passaram fácil por 3x0 frente a Ucránia, sem sustos; Num jogaço Gelsenkirchen, Portugal venceu a Inglaterra nos penaltys ( 3x1 ), após 120 minutos de um 0x0 excelente; Já em Frankfurt, outro show de Zidane pra cima do Brasil...


Foi uma aula de um craque soberbo, que queria terminar por cima e tratou de se preparar para a Copa. Diferentemente dos outros dois idiotas da foto acima, que foram fazer festa... resultado? Um Brasil apático e uma França dominante, fez 1x0, mas poderia ter feito muito mais. E nem vou citar o caso do meião de Roberto Carlos, pois o gol francês sairia de todo jeito...


Mantendo o padrão histórico das Copas de Copas em solo europeu, as semi-finais tiveram só países europeus. Na primeira partida tivemos nada menos do que seis títulos estiveram em campo, a fria Dortmund viu uma semi-final emocionante, que parecia fadada a ser decidida nos penaltys, até que faltando 2 minutos para o fim da prorrogação Fabio Grosso fez 1x0 e depois Del Pierrro terminaram com o sonho alemão de jogar a final. Enquanto isso em Munique, a França, ou seria melhor dizer Zidane?, despacharam Portugal por 1x0 na primeira derrota de Felipão em Copas. Na disputa do terceiro lugar em Stuttugart, os alemães trituraram os portugueses por 3x1.

E veio a final. E não sem motivos a França de Zidane e cia era a favorita. Mas havia Materazzi no meio do caminho. E ele foi a figura da final: fez o gol italiano aos 19 minutos do primeiro tempo, uma penalty aos 7 minutos do segundo e na prorrogação provocou Zidane a ponto dele dar uma cabeçada e ser expulso, facilitando as coisas para a Itália, já que Zizou era um dos que cobraria para a França, na qual todos os italianos marcaram e Trezeguet perdeu o seu. A Itália se tornava a segunda seleção a ser Tetra.



O Artilheiro


Miroslav Klose 

Polonês de nascimento e alemão naturalizado, Mirslav Klose tem algumas marcas interessantes em mundiais: marcou gols em 3 Copas - feito para poucos - e ainda vai jogar quarta, foi artilheiro de uma destas e ainda pode se tornar o maior artilheiro em Copas, se marcar 2 gols no Brasil ou igualar Ronaldo, se marcar ao menos marcar uma vez.

Klose era o atacante já experiente na Copa realizada em seus país adotivo. E por lá fez 5 gols, alguns deles em momentos importantes. E entrou na história da artilharia das Copas.

O Brasil na Copa


Tudo o que poderia dar errado nesta Copa, deu. São tantos os absurdos que é complicado focar num só. Ronaldo se apresentou com 98 quilos e mesmo assim foi titular. Visivelmente Ronaldinho estava em crise técnica, da qual a bem da verdade nunca se recuperaria. Cafu não estava mais em condições de ser titular, a preparação foi uma zorra... e etc.

Enfim, não foi o fiasco da Inglaterra em 66, mas chegou perto. E o fracasso foi tão marcante, que teria reflexos no fiasco em 2010... mas isso é uma história para amanhã, quando terminarei a saga...

Nenhum comentário:

Postar um comentário