segunda-feira, junho 9

Público e Privado

Quando o público serve ao privado e o contrário...
Direito de Greve um dispositivo democrático que só existe, que coisa, em Democracias. Está previsto na nossa Constituição, o que é excelente. Só que desde 1988 ainda não foi regulamentado, determinando quando e em que condições poderão ser feitas. Sabem por culpa de quem ainda não temos regras definidas para que uma greve aconteça? Ganha 13 balas juquinhas quem acertar o Partido e qual líder impediu isso até hoje...

Assim sendo, toda vez que um sindicato decide deflagar uma greve é só marcá-la e nada, nem ninguém poderá impedi-la ou determinar quantos dos funcionários deverão permanecer trabalhando para que a população não seja prejudicada. Quando é num fábrica particular, via de regra, a população não sofre nada. Mas quando se tratam de funcionários públicos ou de uma estatal e/ou de uma concessionária de serviço público às consequências são vividas por toda a população. Que não apenas é a mais prejudicada nestes casos, é mais do que isso: é o patrão e quem paga as contas.

Uma greve de professores, comuns desde 1987 em Pernambuco no segundo Governo Arraes, estraga oportunidades de diversos jovens, sem falar que os grevistas normalmente acabam ganhando sem trabalhar. Sei do que falo. A recente greve da polícia aqui em Pernambuco e na Bahia são exemplos claro do quanto é a população que sai perdendo, mesmo quando aparentemente possa ter conseguido algo ( caso dos saques em Abreu e Lima ). 

Sem regulamentação, as greves seguem sendo forma de fazer política e tocar o terror. E é o PT e os partidos de extrema esquerda ( PSOL, PSTU, PCO, PC do B ) quem tentar lucrar com isso. Graças ao que eles impedem de ser feito no Congresso. Atuam em causa própria.

Isso quer dizer que eu seja contra Greves? Não, pelo contrário. É um direito sagrado. Mas um direito não pode se sobrepor a outros, assim o é nas Democracias. O direito de greve não pode suplantar o da educação ou o de ir e vir livremente. Quando fecham a Avenida Paulista, os grevistas impedem que trabalhadores cansados após um dia de trabalho voltem para casa, ferindo diversos direitos sagrados destes. Eu sou a favor das Greves, mas com normas. E isso é tudo o que não acontece hoje em dia, vide a greve dos metroviários de São Paulo.

A cidade, por si só caótica, está paralisada, afinal o metrô é o meio mais rápido de locomoção na paulicéia desvairada. E o Sindicato da categoria está fazendo a população de refém. Queriam 12% de aumento, conseguiram 8,5%, o que é quase 3% acima da inflação. Conseguiram outras vantagens indiretas, que superam - na prática - os 12% exigidos. O que fez o sindicato? Voltou a locomover a população? Que nada... seguiu com a paralisação. 

O Metrô de São Paulo é o maior do Brasil, com mais do dobro da malha da segunda colocada. E ainda assim é um dos menores dentre as grandes cidades. Mas tem um dado que poucos sabem e que a imprensa não vem noticiando: uma das linhas, a Amarela, é privatizada. E ela, que coisa, não está parada pela greve. Sabem por que? Demissão caso parem. Como os outros são funcionários públicos, não podem ser demitidos. Assim temos que:
  • A Linha Privatizada - particular - serve ao interesse público;
  • As Linhas Públicas servem aos interesses particulares.
Entenderam a lógica perversa? O que está nas mãos de particulares está servido fielmente a população, usuária do serviço, enquanto que o que é público nega o acesso da população ao que deveria ser-lhe um direito, passando a servir ao interesse - escuso - de um grupo pequeno de pessoas, que passam a decidir quem pode ou não se mover na cidade do trânsito que não anda. Lindo não?

Além disso estão, desde ontem, condenados a pagar 500mil reais por dia de paralisação. Beleza alguém diria... só que não é, pois existem multas esperando serem pagas desde 1990!!! Sabem como é, os sindicatos recorrem e recorrem e raramente pagam as multas.

Regulamentar o direito de greve é o mínimo que o Brasil precisa fazer. Resta saber que os partidos que são contra seguirão contrariando os interesses públicos em detrimento dos, seus, particulares...

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