Ariano Suassuna não morreu, pois pessoas como ele nunca morrem. Eles no máximo nos privam de sua convivência, a qual sentiremos falta. Pessoas como o rubro-negro convicto, genial escritor, ferrenho defensor da arte brasileira, chato até o extremo com os neologismos da língua portuguesa são eternas.
Ariano Suassuna não morreu, pois pessoas como ele nunca morrem. Apenas mudou-se para o andar de cima. Não mais irá arrebatar-nos com suas aula espetáculo, que eu tive a honra e o prazer de assistir a duas. Que ele fazia questão que fosse espetáculo ao invés de Show, porque como ótimo brasileiro não usava termos em inglês. Aliás, com sua partida a língua inglesa perde o seu maior crítico.
Ariano Suassuna não morreu, pois pessoas como ele nunca morrem. Ele que se vestia quase sempre de vermelho e preto por causa do seu amo pelo Sport, com quem fazia grande duelos culturais com o amigo Capiba, este tricolor convicto. Na festa pelos seus 80 anos, ele pisou pela primeira vez no gramado da Ilha e profetizou que o Leão venceria o Corinthians por 2x1. Dos camarotes vibrou ao ver a profecia virar realidade. Um ano depois estava na Ilha, ao lado do alvirrubro Eduardo Campos, quando o Sport bateu por 2x0 o mesmo Corinthians e conquistava a Copa do Brasil.
Ariano Suassuna não morreu, pois pessoas como ele nunca morrem. Sua obra é imortal. Toda vez que alguém citar Chicó ou João Grilo, saberá quem escreveu o Auto da Compadecida. Toda vez que alguém ler sobre o que é o Movimento Armorial, saberá da grandiosidade de Ariano.
Ariano Suassuna não morreu, pois pessoas como ele nunca morrem. Sua presença fará falta. Já sentimos saudades. Sentiremos saudades para sempre. Mas a felicidade de poder tê-lo visto atuando até último instante supera tudo.
Ariano Suassuna não morreu. Apenas ficaremos sem vê-lo. Porque pessoas como ele nunca morrem. Adeus Mestre.
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