Para ele, o segundo colocado era o primeiro dos derrotados... |
Pista de Suzuka, Japão. Madrugada no Brasil, corria o dia 31 de Outubro. Para quem vive sob a influência da cultura dos EUA, um dia de Halloween. Para os brasileiros, dia de varar a noite de sábado para o domingo e assistir mais uma corrida de Fórmula 1, na época em que éramos os melhores. Nelson Piquet Souto Maior era o atual campeão, mas fizera uma temporada mediana, para dizer pouco. Mas um jovem de 28 anos estava chegando no auge da carreira. Seu nome? Ayrton Senna da Silva. Ou do Brasil.
Eu acompanhei atentamente aquele GP. Senna era o líder da temporada, uma das mais espetaculares da história, embora tenha sido uma das primeiras a fica restrita a dois pilotos da mesma equipe. Senna e o francês Allain Prost travaram duelos memoráveis e foram ao limite dos carros, dos relacionamentos entre companheiros de equipe e causaram aos fãs da F1 todo tipo de reações. Senna seria campeão se vencesse a corrida. Prost teria que vencer as duas corridas para ser tri-campeão. Pelo regulamento da época, pouco importaria para Senna chegar as outras duas em segundo, caso Prost vencesse. E a corrida começou bem desagradável para Senna e o Brasil...
Sua McLaren apresentou problema na transmissão na hora de largar e ele caiu para fim do Grid. Prost, que fizera o segundo tempo, assume a ponta. Senna começa a corrida de recuperação, mas todos sabiam que seria difícil. Se não ultrapasse Prost, a decisão ficaria para a corrida da Austrália, uma semana depois. Mas Senna era o cara...
Volta a volta ele vai passando adversários, mas Prost está mais a frente. Ai acontece, o que Senna chamou de intervenção divina: uma leve garoa começa a cair na pista japonesa. E como todos sabem, Senna é ainda mais espetacular com pista molhada, enquanto que Prost é um desastre.
Na 44ª volta Senna encosta e entra na reta colado, abre para a direita e tenta passar. Prost o espreme quase para fora da pista, mas o brasileiro consegue - na marra - a ultrapassagem. Ele dispara e vence. Enfim é campeão do mundo, apenas 5 temporadas após a estreia pela Tolleman. Prost nada mais pode fazer e fica mais uma vez com o vice-campeonato.
Senna entrava para o Hall dos grandes. De onde sairia morto, quase seis anos depois. Mas isso é uma outra história... Abaixo, a última volta daquele Grande Prêmio. Não tem como não se arrepiar:
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