segunda-feira, setembro 29

22 anos do Impeachment de Fernando Collor de Mello

Este dia ficou marcado na história...
Eu tinha 18 anos e iria votar pela primeira vez. Lembro-me em quem votei: Creuza Pereira e João Neto ( do Sítio Lagoinha ). O então Presidente Fernando Collor de Mello vivia uma grave crise em seu Governo. Na época parecia um grande caso de corrupção, mas na prática era Caixa 2. O que de mais grave se provou foi a compra de um veículo Fiat Elba. Ligações com o Uruguai e tudo mais, contudo nada ligado ao ex-presidente. Mas nada disso era importante naquela época. 

Collor derrotara Lula em 1989, por pouco mais de 4% dos votos no segundo turno. E o Partido fez o melhor sempre soube fazer: tumultuar o Governo do "Collorido". Quando o irmão Pedro Collor deu uma entrevista bombástica a Veja ( naquela época o PT e seus asseclas não questionaram a idoneidade da Revista, só para não deixar passar batido ) causou uma verdadeira revolução. Foram dias de muito debate no Congresso, onde foi instalada uma CPI. As defecções começaram rapidamente e poucos ficaram do lado de Collor. 

Entre os que queriam a sua queda, destacava-se o Sr. Diretas, Ulisses Guimarães, então presidente do Congresso. Caso Collor caísse - e todos contavam com a imediata renúncia de seu vice, o obscuro Senador Itamar Franco de Minas Gerais - ele é quem assumiria ( enfim ) a Presidência. Assim, todos os partidos de oposição decidiram deixar Collor sangrar até perto das eleições. Assim sendo a votação que hoje completa 22 anos, aconteceu a apenas 4 dias do pleito daquele ano. Costumo dizer que a vitória de Creuza e tantos outros prefeitos mais a esquerda só foi possível com aquele fato.

Acontece que com o Impechment, Itamar assumiu e decidiu ficar no cargo. E isso foi contra o pensamento do PT e do PMDB. E permitiu que em 93 o PSDB de Fernando Henrique entrasse no Governo e... bom, o resto é outra história.

O que posso garantir é que se tudo aquilo tivesse estourado um ano antes ou um ano depois ele teria terminado seu mandato. O próprio Collor disse durante o escândalo do "mensalão" que por um terço daquilo ele fora cassado. Eu concordo com ele... só que Lula teve o seu "maior escândalo" estourado em um ano não eleitoral... o que também é outra história.

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