Datafolha: Dilma segue caindo e o segundo turno passa a ser algo bem palpável

Todos caíram, mas para Dilma isso é mais grave...

As pesquisas para Presidente da Republica tem, digamos assim, leitura básica: compare as pesquisas dentro dos institutos, nunca uma com a outra. O motivo é simples: cada uma tem uma sistemática diferente, embora muito parecidas, e vão a campo em períodos diferentes, com climas diferentes nas ruas. Por isso é que os números normalmente oscilam. 

Digo isso, porque quando o Ibope deu Dilma com 40% logo os petistas/petralhas fizeram troça ( igualzinho eu previra ), brandando: Dilma volta a cresce e vai vencer no primeiro turno. Fizeram a leitura errada. O Datafolha divulgado hoje mostra que Dilma segue caindo na série do instituto. Isso quer dizer que o Ibope está errado? Não tenho conhecimento para afirmar isso, apenas é preciso dizer que no período de campo do Ibope, Dilma se aproveitou das inserções do seu partido na TV, aquelas do "medo". Nesta pesquisa do Datafolha, que não pegou as inserções, Dilma aparece com 34%, três a menos do que tinha em Maio. De Fevereiro até agora Dilma caiu expressivos 10%, não é pouca coisa. Pode-se arguir que a queda desta vez ela oscilou na margem de erro, o que é aceitável... mas negar a tendência, clara, de queda é ser cego.

Já os seus rivais diretos ficam com, digamos assim, sentimentos bem distintos. Aécio Neves ( PSDB ) desceu um ponto e Eduardo Campos ( PSB ) caiu 4 pontos. Para o tucano a leitura pode ser a mesma de Dilma, ou seja, queda dentro da margem de erro. Já para o ex-governador de Pernambuco isso não serve de consolo. 4 pontos para quem tinha 11 um mês atrás é quase 50%. Aécio oscila, mas é claro que sempre é ruim cair qualquer percentual quando se precisa ( ou deseja ) subir.

Dilma ainda lidera e com a queda de Eduardo Campos, ela até conseguir aumentar a vantagem sobre os dois adversários mais próximos ( 6% em Maio e agora a vantagem é de 8% ). Pensando em segundo turno, que é a próxima leitura que devemos tirar da pesquisa, Dilma tem mais um dado para se preocupar: pela primeira vez a soma dos outros candidatos somados supera o seu percentual, ou seja, existe apontamento de segundo.

Os candidatos pequenos, somados, tem 9 %. São eles: Pastor Everaldo ( PSC ) 4%; Magno Malta ( PR ) 2%; Eduardo Jorge ( PV ), José Maria ( PSTU ) e Denise Abreu ( PEN ) 1%. Quem defende Dilma pode argumentar que Malta não será candidato, o que realmente é pouco provável que aconteça, dado que o partido dele já sinalizou apoio a re-eleição de Dilma. Sem estes 2 pontos, forçados neste momento, a soma dos nanicos ficaria em 7% e Dilma ficaria com 1% de sobra. O que é bem pouco, comparado com os quase 30% do começo do ano.

Existem outras leituras, todas relatadas na imagem acima. O primeiro quadro é o de indecisos em todas as pesquisas nesta mesma época. A maior soma dentro os que não tinham candidatos foi em 98, com 19%. Agora a soma é de espantosos 30%!!! É neste segmento que os candidatos podem crescer ou focar em tentativa de crescimento. 

Na projeção de segundo turno, o Senador Aécio Neves tem, também, dados mais otimistas. Ele saiu de 27% perante Dilma em Fevereiro para 38 agora em Maio, com Dilma caindo de 54 para 46. São, agora, apenas 8% de diferença. Por outro lado, Eduardo Campos interrompeu uma sequência de 3 subidas e estacionou em 32%. Pode se animar olhando que Dilma também caiu na projeção com ele: tinha 49% e agora tem 47%.

Por fim vem a rejeição. Em Fevereiro os 3 candidatos tinham o mesmo percentual: 30%, algo raríssimo em campanhas eleitorais. Em Abril os 3 seguiram empatados, mas com 33%. Um mês atrás, começaram a ser separar: Dilma foi a 35%, Campos manteve os 33% e Aécio caiu para 31%. Agora Dilma segue sendo a mais rejeitada, enquanto que os dois rivais voltaram a empatar, com 29%. Alta taxa de rejeição impede crescimento na campanha e Dilma vem caindo na pesquisa e subindo na rejeição, é uma péssima combinação. Ela ainda lidera, mas o cenário é ruim...