O caso mais emblemático sobre Cotas no Brasil |
O Brasil é, todos sabemos, um país desigual. Do norte ao sul, de leste ao oeste reinam as desigualdades e elas persistem com o passar dos anos. É uma obrigação do Estado ( ente que vai além de partidos e governos ) tomar medidas eficazes para diminuí-las, haja vista, que elas nem deveria existir. Mas existem e... as medidas tomadas vão na contra-mão do que é certo. É o caso das cotas raciais.
Sempre que trato do assunto com alguém, eu normalmente cito três exemplos, a saber:
- O Holocausto dos Judeus durante a II Guerra Mundial;
- O Apartheid na África do Sul sobre a maioria negra;
- O Vestibular da UNB que separou os gêmeos que aparecem na foto que ilustra este post.
O mais curioso é que os militantes das Cotas e da Igualdade Racial não citam o Holocausto como algo racial. Não o fazem porque, creio eu, não ajuda em nada na causa deles mostrar brancos morrendo em fornos ou câmaras de gás. Precisa ser NEGRO, para demonstrar que a humanidade é cruel e sanguinária com eles. Por isso o Apartheid é tão usado e citado. E merecidamente, convém dizer, pois foi um abuso cruel e sanguinário. Assim como o Holocausto. Mas uma coisa é certa: você jamais verá um Negro Militante citar o absurdo da UNB, que classificou Gêmeos Univitelinos ( idênticos ) de forma diferente: um branco e o outro negro.
Pois é, classificar alguém pela cor da pele é algo muito errado. Totalmente errado. E pouco me importa o que pensem outras pessoas, o certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo. E o errado permanece errado, mesmo que todos estejam fazendo. E se alguém pensar que eu sou racista ( pecha logo atribuída a quem é contra as Cotas ), saibam que minha esposa é mais negra do que os gêmeos da foto. Adiante...
O Senado aprovou a reserva de 20% das vagas em Concurso Público ( desde que tenham pelo menos 3 vagas para o cargo ) para negros e - atenção, "mestiços" ou "afrodescendentes". Agora caberá ao candidato decidir que quer optar disputar 80% das vagas ou apenas no "nicho" a ele garantido. Tudo muito bom Flávio, poderia aguir alguém. Não, não é. E eu provo:
- A definição de "mestiço", deriva de quando uma pessoa nativa de uma terra, localidade ou região, é filha de um "estranho" com alguém da mesma condição. Por tabela, o descendente de um ex-escravo que tenha casado com um europeu é, por dedução óbvia, um mestiço. Mas este mestiço descendente de Europeu terá preferência sobre um mestiço de negro com índio?
- Existem pessoas brancas na África, caso não saibam. E que de lá são natas. A porção ao norte, conhecida de Subsaariana, tem predominância de brancos. Aliás o nome da região faz clara referência a "raça" Ariana. Isso mesmo, a "raça" que Hitler defendia como superiora. Segundo a lei aprovada, todos os descendentes de Africanos terão direito aos 20%, pois são - que óbvio - afrodescendentes. Se algum brasileiro tiver ancestrais argelinos, por exemplo, poderá participar da disputa pelos 20%, mesmo que seja 100% BRANCO!!!;
- Uma pessoa vai se declarar Negra ou Mestiça e vai participar do Concurso como tal. Beleza. É aprovada e ao ter seu cadastro examinado, a banca organizadora decide que ela não é Negra. E ai? Como é que o candidato vai provar que é Negro?
Se é possível aceitar a argumentação das Cotas nas Universidades ( eu discordo, mas vá lá que exista algum fundamento ), em Concursos não. Na Universidade a ideia baseia-se no fato de que as pessoas precisam de um artificio para corrigir a desigualdade vivenciada em nosso sistema educacional. Eu sou contra este pensamento, acredito que o correto - se muito - seria garantir espaço para as pessoas pobres ( brancas, negras, pardas, índias ), que por não terem recursos financeiros ficam de fora das Universidade Federais e Estaduais e acabam tendo que recorrer as particulares. Mas existe, alguma, lógica em instituir-se cotar para negros nas Universidades. Sou, reitero, contra mas aceito debater o assunto. Em Concursos não...
E não aceito porque a pessoa vai, passando no concurso, conseguir auferir renda para, em tese, a vida inteira. É algo que vai melhorar sua vida e de seus entes familiares. Vai permitir-lhe ter qualidade de vida melhor, que vai permitir-lhe estudar ainda mais ou apenas ter uma estabilidade financeira. Aqui, portanto, não deve-se ter classes tratadas de formas diferenciada. Não estamos, como no caso da Universidade, falando de garantir estudo, mas sim recursos. E estamos falando de pessoas que vão executar um determinado trabalho e que para isso precisamos selecionar os melhores. Não os mais negros ou os mais brancos.
É o oposto do que se deveria fazer. É o errado prevalecendo sobre o certo. E é triste para o futuro do Brasil.
Novamente escrevo para discordar do amigo blogueiro, desta feita em relação as cotas para afrodescendente em concurso público. Quero tomar por base os três pilares elencado no post, lembrando que o Holocausto foi uma política de estado, insana, praticada por um maluco que levou a morte milhares de judeus, ciganos, comunistas, que não deixa de ser racial e ocasionou uma diáspora dos judeus pelo mundo, porém, você esqueceu de dizer, ao final da guerra em 1946 cria-se o estado de Israel e os judeus ganham, enfim, um estado onde todos que estavam espalhados pelo mundo foram viver, ou seja, uma espécie de “cota” . O segundo ponto, sobre o Apartheid não vou me ater porque concordo com o que você diz, apenas acrescento que os africanos do sul não sofreram uma descriminação, foi pior, uma segregação e pior ainda no seu próprio pais por brancos que vieram de fora, por décadas a fio, que concentraram a riqueza nessa minoria branca enquanto a esmagadora maioria negra fora obrigados a viver em guetos. Somente com a eleição de Nelson Mandela, criou-se uma política de cotas para que os negros, donos históricos do pais, ascendessem social e economicamente. O terceiro ponto, e é o que você mais comentou, na verdade o fato ocorreu, no entanto eu não posso tomar um caso isolado de erro cometido e replicar como verdade absoluta e tentar com isso denegrir a política de cotas. Tenha a santa paciência.
ResponderExcluirLembro ao amigo blogueiro políticas afirmativas não é uma criação do Brasil. Os EUA o fizeram na primeira metade da década de 1960 quando os negros ganharam os direitos civis , a África do S ul como já disse acima, a India, pós independência como maneira de reparar exclusão absurda que esses povos sofreram. No Brasil nós tivemos uma diáspora forçada de negros para o Brasil, construíram essa nação e com a libertação do cativeiro foram totalmente abandonados pelo estado a própria sorte. Amigo bloqueiro, será que é coincidência ou “sorte” que 80% da população carcerária é negra e parda. Os mais pobres moram nos lugares mais insalubres, qual é a cor da pele deles? E os mais baixos salários? Meu caro. Eu sei que o art. 5º da constituição federal diz: “ todos são iguais perante a lei e etc etc etc...”, porém alguns são mais iguais do que outros que tem a sua raiz de desigualdade lá atrás onde só a dialética histórica marxiana explica. Por isso sou a favor de mais essa ação afirmativa que começou com a coragem do Presidente Lula quando mexeu nesse vespeiro e continuou com a Presidenta Dilma. Parabéns aos dois.
Luiz Carlos Ferreira
a discussão aqui nem é mais se a Cota em Universidade é correta ou não, falamos isso sim de concurso público. estamos falando de excelência e de como alguém que vier a ser declarado não negro vai provar que é... o que é que determina isso?
Excluire um neto de argelino BRANCO, vai entrar pelas cotas. Isso é certo?
E se é preciso citar Marx, é porque não tem fundamento.