quarta-feira, maio 21

Cotas Raciais para Concurso: Quando o errado prevalece sobre o certo.

O caso mais emblemático sobre Cotas no Brasil
O Brasil é, todos sabemos, um país desigual. Do norte ao sul, de leste ao oeste reinam as desigualdades e elas persistem com o passar dos anos. É uma obrigação do Estado ( ente que vai além de partidos e governos ) tomar medidas eficazes para diminuí-las, haja vista, que elas nem deveria existir. Mas existem e... as medidas tomadas vão na contra-mão do que é certo. É o caso das cotas raciais.

Sempre que trato do assunto com alguém, eu normalmente cito três exemplos, a saber:
  • O Holocausto dos Judeus durante a II Guerra Mundial;
  • O Apartheid na África do Sul sobre a maioria negra;
  • O Vestibular da UNB que separou os gêmeos que aparecem na foto que ilustra este post.

O mais curioso é que os militantes das Cotas e da Igualdade Racial não citam o Holocausto como algo racial. Não o fazem porque, creio eu, não ajuda em nada na causa deles mostrar brancos morrendo em fornos ou câmaras de gás. Precisa ser NEGRO, para demonstrar que a humanidade é cruel e sanguinária com eles. Por isso o Apartheid é tão usado e citado. E merecidamente, convém dizer, pois foi um abuso cruel e sanguinário. Assim como o Holocausto. Mas uma coisa é certa: você jamais verá um Negro Militante citar o absurdo da UNB, que classificou Gêmeos Univitelinos ( idênticos ) de forma diferente: um branco e o outro negro.

Pois é, classificar alguém pela cor da pele é algo muito errado. Totalmente errado. E pouco me importa o que pensem outras pessoas, o certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo. E o errado permanece errado, mesmo que todos estejam fazendo. E se alguém pensar que eu sou racista ( pecha logo atribuída a quem é contra as Cotas ), saibam que minha esposa é mais negra do que os gêmeos da foto. Adiante...

O Senado aprovou a reserva de 20% das vagas em Concurso Público ( desde que tenham pelo menos 3 vagas para o cargo ) para negros e - atenção, "mestiços" ou "afrodescendentes". Agora caberá ao candidato decidir que quer optar disputar 80% das vagas ou apenas no "nicho" a ele garantido. Tudo muito bom Flávio, poderia aguir alguém. Não, não é. E eu provo:
  • A definição de "mestiço", deriva de quando uma pessoa nativa de uma terra, localidade ou região, é filha de um "estranho" com alguém da mesma condição. Por tabela, o descendente de um ex-escravo que tenha casado com um europeu é, por dedução óbvia, um mestiço. Mas este mestiço descendente de Europeu terá preferência sobre um mestiço de negro com índio?
  • Existem pessoas brancas na África, caso não saibam. E que de lá são natas. A porção ao norte, conhecida de Subsaariana, tem predominância de brancos. Aliás o nome da região faz clara referência a "raça" Ariana. Isso mesmo, a "raça" que Hitler defendia como superiora. Segundo a lei aprovada, todos os descendentes de Africanos terão direito aos 20%, pois são - que óbvio - afrodescendentes. Se algum brasileiro tiver ancestrais argelinos, por exemplo, poderá participar da disputa pelos 20%, mesmo que seja 100% BRANCO!!!;
  • Uma pessoa vai se declarar Negra ou Mestiça e vai participar do Concurso como tal. Beleza. É aprovada e ao ter seu cadastro examinado, a banca organizadora decide que ela não é Negra. E ai? Como é que o candidato vai provar que é Negro?
Questões pertinentes, eu garanto a vocês. E até aqui eu só falei da questão básica: a cor da pele. Contudo, existe outra mais grave: competência. Sim, em um concurso o Estado está procurando a melhor pessoa possível para ocupar uma determinada vaga, a que tenha a melhor aptidão para desempenhar uma função. Competência é, ou ao menos deveria ser, a alma do funcionário público. 

Se é possível aceitar a argumentação das Cotas nas Universidades ( eu discordo, mas vá lá que exista algum fundamento ), em Concursos não. Na Universidade a ideia baseia-se no fato de que as pessoas precisam de um artificio para corrigir a desigualdade vivenciada em nosso sistema educacional. Eu sou contra este pensamento, acredito que o correto - se muito - seria garantir espaço para as pessoas pobres ( brancas, negras, pardas, índias ), que por não terem recursos financeiros ficam de fora das Universidade Federais e Estaduais e acabam tendo que recorrer as particulares. Mas existe, alguma, lógica em instituir-se cotar para negros nas Universidades. Sou, reitero, contra mas aceito debater o assunto. Em Concursos não...

E não aceito porque a pessoa vai, passando no concurso, conseguir auferir renda para, em tese, a vida inteira. É algo que vai melhorar sua vida e de seus entes familiares. Vai permitir-lhe ter qualidade de vida melhor, que vai permitir-lhe estudar ainda mais ou apenas ter uma estabilidade financeira. Aqui, portanto, não deve-se ter classes tratadas de formas diferenciada. Não estamos, como no caso da Universidade, falando de garantir estudo, mas sim recursos. E estamos falando de pessoas que vão executar um determinado trabalho e que para isso precisamos selecionar os melhores. Não os mais negros ou os mais brancos.

É o oposto do que se deveria fazer. É o errado prevalecendo sobre o certo. E é triste para o futuro do Brasil.

2 comentários:

  1. Novamente escrevo para discordar do amigo blogueiro, desta feita em relação as cotas para afrodescendente em concurso público. Quero tomar por base os três pilares elencado no post, lembrando que o Holocausto foi uma política de estado, insana, praticada por um maluco que levou a morte milhares de judeus, ciganos, comunistas, que não deixa de ser racial e ocasionou uma diáspora dos judeus pelo mundo, porém, você esqueceu de dizer, ao final da guerra em 1946 cria-se o estado de Israel e os judeus ganham, enfim, um estado onde todos que estavam espalhados pelo mundo foram viver, ou seja, uma espécie de “cota” . O segundo ponto, sobre o Apartheid não vou me ater porque concordo com o que você diz, apenas acrescento que os africanos do sul não sofreram uma descriminação, foi pior, uma segregação e pior ainda no seu próprio pais por brancos que vieram de fora, por décadas a fio, que concentraram a riqueza nessa minoria branca enquanto a esmagadora maioria negra fora obrigados a viver em guetos. Somente com a eleição de Nelson Mandela, criou-se uma política de cotas para que os negros, donos históricos do pais, ascendessem social e economicamente. O terceiro ponto, e é o que você mais comentou, na verdade o fato ocorreu, no entanto eu não posso tomar um caso isolado de erro cometido e replicar como verdade absoluta e tentar com isso denegrir a política de cotas. Tenha a santa paciência.
    Lembro ao amigo blogueiro políticas afirmativas não é uma criação do Brasil. Os EUA o fizeram na primeira metade da década de 1960 quando os negros ganharam os direitos civis , a África do S ul como já disse acima, a India, pós independência como maneira de reparar exclusão absurda que esses povos sofreram. No Brasil nós tivemos uma diáspora forçada de negros para o Brasil, construíram essa nação e com a libertação do cativeiro foram totalmente abandonados pelo estado a própria sorte. Amigo bloqueiro, será que é coincidência ou “sorte” que 80% da população carcerária é negra e parda. Os mais pobres moram nos lugares mais insalubres, qual é a cor da pele deles? E os mais baixos salários? Meu caro. Eu sei que o art. 5º da constituição federal diz: “ todos são iguais perante a lei e etc etc etc...”, porém alguns são mais iguais do que outros que tem a sua raiz de desigualdade lá atrás onde só a dialética histórica marxiana explica. Por isso sou a favor de mais essa ação afirmativa que começou com a coragem do Presidente Lula quando mexeu nesse vespeiro e continuou com a Presidenta Dilma. Parabéns aos dois.


    Luiz Carlos Ferreira

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    1. a discussão aqui nem é mais se a Cota em Universidade é correta ou não, falamos isso sim de concurso público. estamos falando de excelência e de como alguém que vier a ser declarado não negro vai provar que é... o que é que determina isso?

      e um neto de argelino BRANCO, vai entrar pelas cotas. Isso é certo?

      E se é preciso citar Marx, é porque não tem fundamento.

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